Interior

Vídeo: protesto por morte de criança fecha dois sentidos da AL-101 Sul, em Massagueira

João Victor Souza e Theo Chaves | 13/05/22 - 09h34
Willamis Tavares/TV Pajuçara

Familiares e amigos da mulher e das crianças atropeladas por um carro, no domingo do Dia das Mães, em Massagueira, fecharam os dois sentidos da AL-101 Sul na manhã desta sexta-feira, 13, nas proximidades da entrada para o povoado de Marechal Deodoro. Eles protestaram pela morte do pequeno João Bernardo Borges da Silva, de seis anos, e reivindicaram a construção de uma passarela na localidade para evitar novos acidentes. O trânsito ficou lento na região e a manifestação foi finalizada no final da manhã.

No último domingo, 8, a mãe Dayane Vital da Silva, e os filhos, João Bernardo, de seis anos, e J. M. S. B., de dois anos, foram atingidos pelo carro de um turista de Minas Gerais que saía de Massagueira, com destino a Maceió. Com o impacto da batida, os três foram arremessados por metros. O filho mais velho de Dayane não resistiu.

O grupo formado por dezenas de pessoas ateou fogo em pneus, colchões e móveis de madeira colocados no asfalto para bloquear o trânsito e chamar a atenção das autoridades para que o atropelamento seja investigado e que o autor seja punido de forma rígida.

Veja vídeo:

Em entrevista ao TNH1, Joatan Borges, pai de Dayane, fez um desabafo e descreveu como ocorreu o acidente. “Estamos reivindicando justiça, pois o motorista tá solto desde que tudo aconteceu. Eu vi todo o acidente. Fui deixar ela no ponto de ônibus, pois ela estava indo para a casa da mãe. Ela sempre esperava para atravessar a pista e, dessa vez, não foi diferente. Eu vi quando o motorista atropelou a minha filha e os meus netos. Ele estava em alta velocidade. É só olhar a distância em que eles foram arremessados. Por isso, só queremos justiça. O que aconteceu foi um crime!”, disse.

Ainda segundo Joatan, os moradores do povoado de Massagueira pedem uma passarela no local. “ É muito perigoso essa travessia, mas é a única que temos. Precisamos urgentemente de uma passarela aqui. Eles colocaram um ponto de ônibus lá do outro lado da pista e você é obrigado a atravessar a rodovia. A minha filha era totalmente atenta ao local, sempre esperava para atravessar. E mesmo assim ela foi atropelada”, relatou.

                                                                 

O pai de Dayane também disse que o neto que sobreviveu ao acidente está traumatizado e lembra do irmão. “O meu neto mais novo ficou traumatizado após o acidente. Ele fica o tempo todo falando do irmão que morreu. Ele repete diversas vezes “um carro bateu na mamãe”. Ele chora a todo momento querendo a mãe o irmão”, desabafou o avô.

Motoristas que passavam pela rodovia tentaram driblar o protesto pelo acostamento para continuarem a viagem. A Polícia Militar enviou uma equipe ao trecho da AL-101 e tentou o diálogo com os manifestantes para encerrar o ato. Aos poucos, com o fim do protesto, o trânsito foi normalizado.

Mulher segue internada em hospital - O Hospital Geral do Estado (HGE) informou, na manhã de hoje, que Dayane permanece internada na Área Verde e o quadro de saúde é considerado estável. O filho dela, de dois anos, que sobreviveu ao atropelamento, recebeu alta médica e deixou o hospital com o pai. 

Mãe e filho deram entrada na unidade de saúde às 19h de domingo, logo depois do acidente. João Bernardo morreu a caminho do hospital.

Motorista se apresentou à polícia -  Identificado como Marcos, o motorista, que é turista de Minas Gerais, negou ter ingerido bebida alcoolica ou dirigido o carro em alta velocidade no momento do atropelamento. Ele prestou depoimento nessa quarta, 11, no 17º Distrito Policial de Marechal Deodoro.

A defesa de Marcos disse ao TNH1 que ele estava em velocidade compatível com as leis de trânsito e há provas de que não estava embriagado, como o resultado do teste de etilômetro, apresentado à delegada Liana Franca, responsável pela investigação.

"Não existe iluminação no local, nem sinalização. O acidente, como falei, foi num retorno. Então não tem como estar em alta velocidade", respondeu o advogado Marcelo Medeiros.

Família diz que motorista invadiu canteiro - O cunhado de Dayane, em entrevista à TV Pajuçara, afirmou que a mulher saiu de Massagueira com os filhos para ir até o povoado Barra Nova, onde visitariam a avó das crianças. Ao tentar atravessar a rodovia, em um primeiro momento, ela teria passado por uma das pistas e permaneceu no canteiro, à espera de uma oportunidade para ir para o outro lado. 

Nesse momento, o motorista do veículo, de modelo não identificado, teria invadido o canteiro e acertado os três. Com o impacto, as vítimas foram arremessadas por metros e caíram na pista, no sentido Maceió/Massagueira. A sandália de Dayane foi encontrada no asfalto, assim como havia mancha de sangue.