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Vítimas de ataque em Suzano também podem ter sido feridas com arma branca

Istoe | 13/03/19 - 14h27
Vítima em atendimento | Folhapress

Os jovens Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, mataram a tiros oito pessoas na Escola Estadual Raul Brasil, de Suzano (SP). Eles cometeram suicídio em seguida, segundo a polícia. O ataque ocorreu por volta das 9h30 desta quarta-feira (13). Segundo o coronel Salles da Polícia Militar, quatro vítimas morreram no local e são alunos do ensino médio. Outros dois adolescentes foram socorridos, mas morreram no hospital. Duas das vítimas são funcionárias da escola.

O coronel Salles da Polícia Militar disse ainda que, antes de entrar na escola, os dois atiradores atiraram contra o proprietário de um lava-jato que fica em frente à escola. O homem está passando por cirurgia na Santa Casa de Suzano.

De acordo com o coronel, os atiradores entraram na escola na hora do intervalo. Primeiro, atiraram em uma coordenadora pedagógica e uma supervisora. Depois, se dirigiram ao pátio, onde atingiram quatro alunos de ensino médio. Em seguida, eles foram até o Centro de Línguas. Os alunos que estavam no local se esconderam dentro de uma sala de aula. Os atiradores, então, se suicidaram no corredor em frente.

O Gate está fazendo uma varredura na escola porque foram encontrados artefatos com aparência similar a de explosivos. “A preocupação neste momento é desmantelar os artefatos explosivos, prestar socorro às vítimas e atender às famílias”, disse o coronel Salles. A área no entorno da escola está isolada por risco de haver explosivos.

“Foi 9h30. Ouvimos disparos. Estava na sala de aula, na hora do intervalo. Pensei que fossem bombas. Quando eu percebi que eram tiros fiquei lá. Só saí quando os policiais chegaram 20 minutos depois”, conta a professora Sandra Perez ao Estadão Conteúdo.

“Meu amigo levou dois tiros. Tem 17 anos. Eu estou no terceiro ano. Estávamos no intervalo. Ouvi os tiros e vi pessoas correndo. Não se mais notícias dele”, disse Matheus Mariano chorando ao Estadão Conteúdo.

Uma das vítimas, Letícia Melo, de 15 anos, estava no intervalo quando levou um tiro de raspão nas costas. O estado de saúde dela é estável, segundo o primo, o autônomo Matheus Henrique Nunes, de 23 anos. “Ela passou de maca por mim e estava acordada. Não falou nada, mas dava para ver que estava assustada”, afirmou ao Estadão Conteúdo.

Em nota, a Prefeitura de Suzano informou que o Pronto Socorro Municipal já recebeu crianças com ferimentos leves e os feridos com maior gravidade estão sendo encaminhados ao Hospital Luzia de Pinho Melo, em Mogi das Cruzes, e ao Hospital Santa Marcelina, em Itaquaquecetuba. A gestão municipal disse ainda que está dando suporte com equipes de emergência, como Defesa Civil, Samu e Guarda Civil Municipal.

A médica Debora Nogueira, diretora técnica e coordenadora do pronto-socorro do Hospital Santa Maria, em Suzano, relatou que uma das vítimas tinha uma arma branca semelhante a um machadinho transfixada em seu tórax.

“O paciente veio caminhando, gritando por socorro, a gente saiu, prestou atendimento e levamos para a sala de cirurgia. Foi o primeiro paciente cirúrgico que tivemos”, disse ao Estadão Conteúdo.

De acordo com a médica, os sete pacientes socorridos ao Santa Maria passaram por avaliação cirúrgica, e quatro deles foram transferidos para o Pronto-Socorro municipal. Um dos pacientes, inclusive, foi posteriormente levado ao HC pelo helicópero Águia.

A Escola Estadual Professor Raul Brasil tem cerca de 1,6 mil alunos, do sexto ao nono ano do ensino fundamental e ensino médio.

O governador de São Paulo, João Doria, cancelou toda sua agenda e se dirigiu ao local para acompanhar o trabalho de resgate e atendimento aos feridos.