Futebol

Críticas, desempenho e reforços: Doriva analisa momento do CRB após derrota

Paulo Victor Malta | 13/08/18 - 16h04
Técnico Doriva no confronto entre CRB e Oeste | Pei Fon / Portal TNH1

A derrota em casa para o Oeste marcou o mau início do CRB no returno da Série B do Campeonato Brasileiro. Após a partida, o técnico Doriva concedeu entrevista coletiva no Estádio Rei Pelé, afirmou que o revés foi dolorido e que está difícil sair da zona do rebaixamento. 

"Precisamos sair dali primeiro para depois buscar outros objetivos. Está difícil sair dali. Tivemos oportunidade de vencer, a verdade é essa. Tivemos oportunidade todos os jogos que fizemos, mas as vitórias não vieram. Tivemos uma sequência de três empates e agora essa derrota dolorida. Tivemos a possibilidade de pontuar muito mais em casa, mas não pontuamos. As coisas vão ficando difíceis". 

Ouça a entrevista com o técnico Doriva

O técnico citou ainda a estreia do atacante Elias, último reforço anunciado pela direção regatiana, e voltou a comentar sobre o estímulo e a resposta dos jogadores em campo. 

"O Elias, que chegou recentemente, ao meu ver, deu uma resposta positiva, entrou bem na partida. Criou chances, chutou no gol. Poderia até ter feito o gol. Sofreu faltas. Mas é natural, temos que buscar alternativas. O treinador tem que arrumar alternativas. Se não dá com A, tem que ser com B. Você tem que ir testando. A gente trabalha na linha de estar sempre estimulando o atleta para o atleta estar bem. Agora, a gente não entra em campo, né. O atleta que entra em campo, o atleta que tem que dar a resposta dentro de campo. E quando isso não acontece, você tem que buscar alternativa". 

Com 21 pontos na tabela, o Galo permanece em 18º e viu os adversários se distanciarem ainda mais. O próximo jogo do Regatas é contra o Vila Nova nesta sexta-feira (17), às 20h30, no Estádio Serra Dourada, em Goiânia, pela 21ª rodada da Série B. Para essa partida, Doriva ganha os retornos de Anderson Conceição e Lucas, suspensos na rodada passada. 

Veja outros trechos da entrevista. 

Confiança

"O futebol precisa de confiança. Eu estive dentro de campo, sei o que é um atleta sem confiança. Ele erra, ele hesita. A gente está sem confiança. Nesse momento, de repente, buscar uma vitória fora de casa para essa confiança voltar. Precisamos de alguma maneira mexer com os atletas para essa confiança voltar. No meu modo de ver, só a vitória traz a confiança. Uma boa performance seguida de vitória. Isso traz confiança". 

Poder de fogo

"Volume a gente teve. Os atletas correram, lutaram. A Série B está muito assim. Se você não faz o gol, corre o risco de perder a partida. Precisamos ter um pouco mais de poder de fogo. Em todas as partidas nós tivemos chances. Fomos jogar contra o Juventude depois de duas vitórias, as três primeiras chances foram nossas. Não fizemos, perdemos o jogo no final. Contra o Figueirense, tivemos chance de fazer o gol. Se a gente faz o gol, a circunstância do jogo muda, é diferente. E em casa a gente não está fazendo também. Temos que fazer os gols. É o gol que faz a diferença, que faz o time estar em vantagem e poder administrar a vantagem. E a gente não está tendo isso em nosso favor. 

Críticas da torcida

"A torcida é passional. Ela quer que o time ganhe. Se você joga mal e ganha, a torcida está feliz. Não adianta você jogar bem pra caramba e não ganhar. Não foi o caso, nós não jogamos bem, mas o torcedor está no direito dele. Lógico que eu preferia que ele apoiasse os 90 minutos e no final questionasse. Mas a gente entende, sabe que o torcedor é passional. Só muda o endereço, todo torcedor é assim. Nós é que temos que trazer o torcedor para o nosso lado, com a nossa intensidade, nosso volume e qualidade". 

"No jogo do Londrina, saímos perdendo, fizemos um gol, poderíamos ter feito outro gol no primeiro tempo e o pessoal estava apoiando. Eu senti a presença do torcedor empurrando a gente, o que não aconteceu em outras partidas, inclusive hoje. Mas por quê? Porque os jogadores deram a vida, lutaram e correram muito. Tiveram o volume grande, conseguiram fazer o gol e o torcedor veio junto. Depende de nós". 

"Nós temos que conquistar o nosso torcedor. O torcedor é passional. Antes do jogo tinha um monte me xingando. Faz parte. O treinador está embutido no uniforme dele, porque ele só pode escalar 11 e, às vezes, a preferência de A ou B é diferente da preferência do treinador". 

"A gente tem que fazer as escolhas, e o atleta que foi escolhido tem que dar o respaldo dentro de campo. Se ele não der o respaldo, o treinador precisa conversar, mostrar, estimular, mostrar que só nós podemos sair dessa situação. Isso aí sempre falamos com os atletas, só nós podemos sair dessa situação. O atleta tem que acreditar nisso e tem que lutar, é a profissão dele. Ele escolheu o trabalho dele, é um trabalho muito prazeroso, digno. Ele tem que ter personalidade. Faz parte do futebol". 

Reforços

"A gente vê aí que tem atletas até da Série D, que saíram da D, vieram para A e estão bem. Mas não está tão simples. A competição está acontecendo ainda. A gente manteve alguns contatos. Momentaneamente trouxemos o Elias. Acho que ele deu uma boa resposta. É um jogador que vai agregar para a gente. Mas temos que, além de buscar outros, estimular os que aqui estão. Para o atleta entender que precisa melhorar. Acho que ninguém entra em campo não querendo render. O atleta vive disso, quer se projetar, fazer um grande campeonato, ganhar projeção. O atleta jamais vai ficar, digamos assim, sem ter uma iniciativa para fazer a partida. Ele vai tentar. Às vezes as coisas não acontecem, como hoje não aconteceu para muitos".