'Quando contamos, vimos que não estavam', diz filho de vítima de acidente com catamarã

Publicado em 29/07/2019, às 07h56
Foto de Lucimar e o filho, Tarcísio, postada em junho | Reprodução / Redes Sociais -

TNH1

O proprietário da agência Simbora Vip Tour, que contratou a empresa responsável pelo catamarã, que afundou no sábado (27) no mar de Maragogi, em Alagoas, contou como ocorreu o acidente que deixou duas mulheres mortas, uma delas, a mãe dele.

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Tarcísio Gomes da Silva disse que a embarcação começou a afundar e tudo aconteceu muito rápido. Ele lembra que só percebeu que a mãe tinha morrido quando foi feita a contagem de passageiros, após o catamarã virar. Lucimar Gomes da Silva, 68 anos, a mãe dele, e Maria de Fátima Façanha da Silva, 66, morreram antes de receber socorro.

"Foi tudo muito rápido. Estava todo mundo feliz. De repente, começou a entrar água no barco. Até agora estou me perguntando como isso aconteceu", relatou em entrevista ao G1 do Ceará. O empresário ainda contou que as atenções durante o salvamento foram voltadas para as crianças. "Quando o socorro chegou, colocamos os coletes. Quando contamos, vimos que minha mãe e dona Fátima não estavam. Elas morreram afogadas".

Tarcísio era a pessoa responsável pela viagem do grupo de turistas que saiu do interior do Ceará para Maragogi. Ele disse que não sabia que a empresa estava com a permissão cancelada pela Prefeitura Municipal e atuava de forma clandestina.

O catamarã virou após supostamente bater em uma pedra, em uma área conhecida como "Buraco", segundo informações do Corpo de Bombeiros, e seria área de navegação proibida, como confirmou ao TNH1 o secretário de Meio Ambiente de Maragogi, Gabriel Vasconcelos.

As duas idosas estavam sem coletes salva-vidas. Os corpos de Maria de Fátima e Lucimar Gomes já foram liberados do IML de Maceió para sepultamento no Ceará.

Investigação

A Marinha do Brasil, por intermédio da Capitania dos Portos de Alagoas, informou por meio de nota que há um inquérito em andamento com o objetivo de apurar as causas, circunstâncias e responsabilidades do acidente. "Durante a apuração serão realizadas oitivas de testemunhas, análise de documentos e perícia, além de outros procedimentos que sejam necessários. A embarcação está inscrita na CPAL para a atividade de transporte de passageiros e encontrava-se com sua vistoria válida", informa a nota.

A Delegacia de Maragogi também instaurou inquérito criminal e já começou a ouvir depoimentos desde o fim de semana. O Ministério Público Estadual quer que o delegado peça a prisão dos responsáveis .

A reportagem citou a empresa Maragalés, como responsável pelo catamarã Tô à Tôa, mas em nota, o restaurante informou que aluga a embarcação para passeios, mas não é seu proprietário. A nota informa ainda que no dia do acidente não teve participação na negociação do passeio.

Confira na íntegra:

Em razão da veiculação de notícias relacionando o restaurante Maragalés ao acidente ocorrido na data de 27/07/19, em Maragogi/AL, cumpre esclarecer que este restaurante não esteve envolvido na realização do passeio que culminou no fatídico acidente. O catamarã envolvido no acidente ocorrido na data de 27/07/19 em Maragogi pertence a uma pessoa física, não sendo de propriedade do restaurante Maragalés.

O restaurante Maragalés aluga a referida embarcação para realizar passeios às piscinas naturais de Maragogi. Contudo, no dia 27/07, data do acidente, o  catamarã havia sido cedido, pelo seu proprietário, a uma empresa de mergulho (Orla Turismo), para realizar um passeio voltado para essa atividade, em local diverso das piscinas naturais.

O restaurante Maragalés não teve participação na negociação do passeio, já que a sua atividade se restringe à exploração do passeio às piscinas naturais, que se encontrava fechada ao turismo. A embarcação estava sendo conduzida pelos funcionários da empresa de mergulho (Orla Turismo) já mencionada, tendo sido de responsabilidade desta empresa toda a organização do passeio, inclusive o embarque e desembarque dos passageiros. O restaurante Maragalés ressalva que se solidariza e lamenta profundamente o acontecimento, e se encontra à disposição para colaborar e esclarecer quaisquer informações equivocadas.

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