Brasil

Adoção de cães e gatos tem cenário instável em tempos de pandemia

O Tempo | 31/07/22 - 22h20
Foto: Divulgação

Com o início da pandemia em decorrência do Covid-19, no início de 2020, e consequentemente com o confinamento e distanciamento social, não só a situação das pessoas tornou-se instável, mas também a dos cães à espera de adoção. Na verdade, uma situação periclitante que se intensificou.

De acordo com a coordenadora da ONG Rock Bicho, Maria Helena Maciel de Ataíde, 60, o momento em relação à adoção em Belo Horizonte têm oscilado nos últimos anos. "No início da pandemia, quando todo mundo ficou em casa, a quantidade de adoção aumentou, pois as pessoas queriam companhia", conta.

Porém, com a chegada das vacinas para combater o Covid e a diminuição de pessoas infectadas no Brasil, houve o afrouxamento das regras de confinamento e, assim, as pessoas retornaram às suas rotinas usuais. "Depois da pandemia, as pessoas voltaram a viver normalmente e o número de adocões diminuiu. Além disso, temos um cenário em que todo mundo passa por dificuldades financeiras e isso também influencia na decisão de adotar", relata Maria Helena.

Infelizmente, não foi só o número de adoções que diminuiu. As doações que mantêm a Rock Bicho funcionando seguiram o mesmo caminho. "Está difícil, pois muitas pessoas que contribuíam com a ONG me disseram que agora estão comprando cestas básicas e roupas para pessoas em dificuldades porque a situação realmente está muito difícil mesmo", relata.

Para agravar a situação, o número de abandono e maus-tratos também aumentou de acordo com a perceção da voluntária. "É impressionante como tenho visto mais cães e gatos nas ruas nos últimos meses, muito mais do que via antes da pandemia", compara.

Um caso de saúde pública - O abandono de cães e gatos não afeta somente os pequenos animais, mas influencia na saúde pública, como alerta a médica-veterinária Rosangela Gebara, que integra a CTBEA/CRMV-SP. "O abandono impacta diretamente na vida das pessoas, pois animais nas ruas causam acidentes de trânsito, prejudicam o turismo e afetam a saúde pública – devido às doenças que afetam tanto humanos quanto animais”.

Vale lembrar que abandonar ou maltratar animais é crime previsto pela Lei Federal nº 9.605/98 e, após o sancionamento da Lei Federal nº 14.064/20, a possibilidade de detenção foi de um para até cinco anos. (Com informações de Agência Brasil)