Alagoas

Após descobrir compatibilidade, policial alagoano doa medula óssea a paciente dos EUA

Assessoria PM com Redação | 19/10/18 - 17h15

Para atender um chamado do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME), o capitão Miguel Vieira, lotado no 9º BPM, em Delmiro Gouveia, viajou até o Rio Grande do Norte para realizar uma cirurgia de doação de medula óssea.

A logística da doação de medula óssea é diferente da doação de sangue, ou seja, pra dar certo para alguém é uma chance em 100 mil. Foi o caso do militar alagoano, que foi compatível com um receptor das células tronco de fora do Brasil, nos Estados Unidos.

No último mês de agosto, Miguel foi informado pelo instituto sobre uma nova compatibilidade e prontamente se disponibilizou a realizar os exames solicitados no Hemocentro de Arapiraca (HEMOAR), e no Hospital Rio Grande, onde na manhã dessa quinta-feira (18) ele realizou a retirada do material para a doação.
 
“Para mim como policial, cuja missão é proteger, ajudar as pessoas já está no meu dia a dia, e saber que pude salvar uma vida, mesmo sem conhecê-la, foi gratificante. Em nenhum momento tive medo ou pensei em desistir, pois sabia que havia uma confirmação da existência de Deus ali, pois, diante de tantas pessoas neste mundo, Ele me proporcionou a oportunidade de novamente tentar ajudar uma vida”, disse Miguel Vieira.
 
O policial se cadastrou inicialmente em Pão de Açúcar, numa campanha para ajudar uma criança de sua cidade natal. Ele ressaltou ainda que tem muita fé e acredita que o ser humano, independentemente de sua profissão, quando é chamado a ajudar, jamais poderá virar as costas, principalmente se tratando de uma doença tão devastadora, como é o câncer.
 
”De alguma forma fui usado para ajudar alguém, mesmo sem conhecê-la espero que daqui pra frente essa pessoa possa ter a saúde e vida reestruturadas. Atento para que as pessoas não esperem que alguém de sua família ou amigo precise de transplante para saber se é compatível ou não, tem muitas vidas que podem ser salvas por meio da doação”, concluiu Miguel.
 
Cadastro
Para se cadastrar como doador de medula óssea em Maceió, o voluntário deve comparecer ao Hemoal Trapiche, que funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h, além dos sábados, das 8h às 17h. Também pode se dirigir ao Hemocentro Regional de Arapiraca (Hemoar), localizado na Rua Geraldo Barboza, no Centro, e que funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h30.
 
Para estar apto o voluntário deve ter mais de 18 anos, boas condições de saúde e portar documentos como CPF e RG, além de informar o endereço residencial. Após preencher um formulário, o candidato doa cerca de 5 ml de sangue, cuja amostra será submetida a um exame laboratorial para obter o código genético.
 
Com base nesta informação, será feito um cruzamento com os dados do REDOME para averiguar se o candidato é compatível com algum dos pacientes que necessitam de uma doação. Se houver compatibilidade, o voluntário será convocado para realizar a doação e, posteriormente, haverá o transplante para o receptor.
 
Doação
Quanto ao processo da doação, onde o Ministério da Saúde (MS) financia todos os custos, o voluntário é submetido a uma punção na medula óssea, que não deve ser confundida com a medula espinhal. Com isso, será retirada uma quantidade de um líquido esponjoso, que posteriormente será utilizado para ser transplantado em um paciente portador de uma doença hematológica, a exemplo da leucemia.