Nordeste

Após ser 'escalpelada' em kart, jovem de PE descobre infecções na cabeça

Diário de Pernambuco | 10/12/19 - 09h55
Reprodução/Instagram

A jovem Débora Oliveira, 19 anos, que teve o couro cabeludo arrancado em um kart em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, descobriu nesta segunda-feira (9) uma infecção provocada por uma bactéria, na parte superior da cabeça. Segundo o noivo de Débora, Eduardo Tumajan, há uns três dias ele havia visualizado duas manchas durante os cuidados como o novo couro cabeludo da noiva. Mas só hoje ele olhou conseguiu identificar que se tratava de duas feridas, uma aberta e outra semelhante a uma espinha, localizadas uma do lado da outra. O couro cabeludo de Débora ainda está em fase de cicatrização. 

“Assim que descobrimos as feridas, ligamos para o médico responsável, dr Alex Fioravanti. Ele prescreveu a pomada Nebacetin. Ela usará o medicamento por uma semana. Se não sumirem as feridas, teremos que ir para São Paulo para tratar a bactéria”, contou Tumajan. Segundo o noivo de Débora, o médico responsável pelo tratamento da jovem informou que um dos motivos que pode ter provocado a infecção é o uso da peruca, que aquece o couro cabeludo. Ou mesmo uma coceira. “Além da ferida em si, que não é comum, ela não tem outros sintomas. Ela está bem e que buscar uma solução”, disse Eduardo. 

Acidente

O acidente aconteceu durante uma corrida de kart, no dia 11 de agosto, no estacionamento do supermercado Walmart, no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Os cabelos de Débora foram puxados pelo motor do veículo, provocando o escalpelamento. Ela foi socorrida para o Hospital da Restauração, no bairro do Derby, no Centro da capital, onde foi reimplantado 80% da área desde as sobrancelhas até a nuca.

Após o procedimento no HR, a paciente apresentou microtrombos na região afetada, provocados por coágulos nas veias. Somente sete dias depois ela foi transferida para o Hospital especializado em microcirurgia em um avião particular contratado pela rede varejista Walmart. Ao chegar em São Paulo, os médicos constataram que houve perda do reimplante realizado no HR por causa de uma trombose.

Internada na UTI, ela passou por transplantes microcirúrgicos, reconstruções e enxertos com pele de outras partes do corpo. O músculo foi refeito com material das costas e pedaços de pele da perna foram usados para cobrir a região da cabeça. O responsável pelo Hospital Especializado, Pedro Palocci, falou que casos de grande gravidade são comuns na unidade. “É importante o fato de ser um caso de repercussão nacional, mas ele não é necessariamente algo que chama atenção. É normal no ponto de vista do hospital receber pacientes em casos graves e é nossa função dar cobertura ao tempo que for necessário para que esse trabalho de recuperação da paciente seja feito de maneira adequada”, conta.