Futebol

Apresentado oficialmente, Marcelo Cabo projeta "grandes conquistas" no CSA

19/02/18 - 17h13
Gustavo Henrique/RCortez/Ascom CSA

Agora é oficial. Marcelo Cabo foi apresentado oficialmente, na tarde desta segunda-feira (19), como novo técnico do CSA. A apresentação aconteceu no CT Gustavo Paiva, no Mutange, e contou com toda a alta cúpula de dirigentes do Azulão. O treinador concedeu entrevista coletiva e afirmou que está determinado a bater novas marcas à frente do novo clube. 

"Quero deixar bem claro que todo treinador tem que fazer a sua nova história. Não posso ficar agarrado ao meu título nacional de 2016. Venho aqui para superar aquela marca. Não posso ficar agarrado ao título de 2016. A nova história do treinador é mais importante. Claro que é louvável para o meu currículo o que eu conquistei no Atlético-GO. Título de Série B que fiquei 37 rodadas no G-4, fui campeão com 10 pontos na frente do segundo. Mas todo profissional quer bater sua própria marca. Vim para o CSA para ter grandes conquistas".

"Temos todo foco e planejamento. Encontrei ontem um grupo muito motivado. Quero valorizar bastante os jogadores que estão aqui, que têm feito um bom início de temporada. Claro que início de temporada precisa de ajuste. Me reuni com a comissão técnica, com o Jacozinho, ele já me passou tudo... A fisiologia. Estive no clube às 11h da manhã com o Marcelo de Jesus [gerente de futebol]. Nos reunimos. Temos um trabalho muito integrado, o CSA tem esse trabalho. Como o presidente falou: o CSA naõ tem que se adequar ao Marcelo, o Marcelo que tem de se adequar ao CSA".


Gabriel Cabo, Leonardo Cupertino, Marcelo Cabo, Rafael Tenório, Raimundo Tavares e Fabiano Melo (Foto: Gustavo Henrique / RCortez / Ascom CSA)

"Conversamos bastante, fiquei muito satisfeito com o elenco que temos hoje. Esse elenco é o que vai finalizar a Copa do Nordeste e o Campeonato Estadual. E, sim, ao longo desse tempo vamos estudar e mapear, analisar os acontecimentos para ver a necessidade de reforços no futuro ou não. Nesse momento, não falamos mais em reforços. Isso dito pela minha diretoria. Vamos valorizar quem está aqui. Acho que tem que ser valorizado pelo bom jogo que fizeram ontem, com um placar elástico, honrando a camisa do CSA".  

Marcelo Ribeiro Cabo tem 51 anos e assina com o CSA credenciado pela conquista da Série B do Campeonato Brasileiro. O técnico levou o Atlético-GO ao título da competição nacional em 2016. O treinador chega com o preparador físico Leonardo Cupertino e os auxiliares Gabriel Cabo e Rodolfo Oliveira. 

O novo técnico foi escolhido pela diretoria azulina para substituir Flávio Araújo, que caiu após a eliminação para o São Paulo na Copa do Brasil. 

Veja os tópicos abordados por Marcelo Cabo na entrevista coletiva.   

Acerto com CSA

"O CSA não só me escolheu, eu escolhi o CSA. Foi uma escolha também minha. Acompanho esse clube desde 2015, quando eu vinha trabalhar em Maceio [pela Série B], vinha treinar aqui, e a cada ano que chego vejo um clube mais sólido e estruturado. Maneira muito boa e acolhedora que fui recebido aqui todas as vezes que usei o centro de treinamento. É uma relação que já começou desde 2015. O triunfo do CSA acompanhamos ao longo dos anos". 


(Foto: Gustavo Henrique / RCortez / Ascom CSA)

"É um clube que me proporcionou uma gestão profissional, uma estrutura muito boa de trabalho e o principal é o projeto, que eu possa crescer junto ao CSA. É muito importante quando você chega num clube e vê que ele tem o que crescer e evoluir. É o que enxerguei no CSA, que eu confirmei e tive a grata surpresa de encontrar essa gestão profissional aqui. Um clube bem solido para que eu possa desenvolver um planejamento e a gente possa elaborar e conquistar aquilo que precisamos para o CSA". 

Boas vindas

"Sim, tivemos uma reunião muito breve porque cheguei perto da hora do jogo. Me reuni com o presidente Rafael Tenório, o Raimundo Tavares e o Fabiano Melo. Foi uma reunião de boas vindas. Eles me colocaram a diretriz do clube, como é que o clube está sendo elaborado, o que o clube planejou para a sequência a partir deste momento. Foi aí que tive o entendimento de que estou no lugar certo, no clube certo, por tudo que eles me apresentaram".


(Foto: Gustavo Henrique / RCortez / Ascom CSA)

"Conversamos sobre alguns aspectos pontuais. Mas foi uma reunião muito breve, com certeza de boas vindas. Vamos desenvolver esse tema ao longo dos dias. Também tive uma ótima reunião com minha comissão técnica. Fui muito bem recebido. Parabenizar ao CSA pela comissão técnica permanente, profissionais muito competentes, muito preparados para crescer junto ao CSA". 

Meta inicial

"Simples, o título estadual. Para ser bem sucinto". 

Antecessor

"Primeiro quero dizer todo meu respeito ao Flávio, meu antecessor. Chego para dar continuidade ao trabalho dele. Foi um treinador campeão, que iniciou o trabalho. Mas a gente sabe que o futebol é vivido de ciclos. Chego aqui para dar continuidade ao trabalho dele. Mesmo que eu estivesse aqui desde o ano passado, toda equipe tem ajustes e tem que crescer ao longo da temporada". 

"É o que a gente vai tentar fazer, que o CSA cresça. Vamos ajustando tudo aquilo que precisamos ajustar. O primeiro passo é conhecer o grupo. Já conheço a maioria dos jogadores. Conheço a filosofia de trabalho implementada aqui antes de eu chegar. O que vamos colocar agora é, com sabedoria, os meus conceitos de futebol, minha filosofia de trabalho para fazer o CSA crescer e conquistar, como conquistou a Série C, títulos. Porque o CSA é um clube grande, um gigante do futebol brasileiro, e um gigante só sobrevive com conquistas e títulos". 

Estilo tático

"Futebol é pautado por equilíbrio. Toda equipe tem que ser equilibrada. O time hoje joga no 4-2-3-1, que é um esquema que me apetece. Gosto de criar dois, três tipos de esquemas, até que eu possa fazer variações dentro de jogo com os próprios jogadores. Então você vai minha equipe jogando num 4-2-3-1, num 4-1-4-1, num 4-3-3, ou até mesmo, dentro de uma necessidade, num 3-5-2. Essa é a modernidade que o futebol pede". 

"Mas o futebol é pautado por equilíbrio. A gente trabalha em blocos. Sempre trabalhamos em blocos, blocos médio, alto e baixo. Equipe precisa estar sempre com as linhas compactadas, para a gente poder ter sempre, colocando aquilo de mais moderno no futebol, procurando atacar e defender com o maior número de jogadores. É isso que vamos trabalhar para o CSA ter uma equipe sólida". 

Performance

"O treinador moderno trabalha hoje performance, o resultado quem adquire são os jogadores. Venho para trabalhar performance de jogadores. Sou um treinador que vive o clube. Só cheguei hoje às 11h porque precisava dormir mais um pouquinho, que vim de viagem. Mas passo o dia inteiro no clube. Preciso conhecer cada palmo desse centro de treinamento. Preciso conhecer a cultura do CSA para que possa crescer junto com ele. A modernidade do futebol te traz isso". 

"Sou um funcionário, preciso viver no clube. Não tenho horário para estar aqui dentro, não tenho horário para viver o CSA. Vamos buscar isso dentro de uma modernidade. Sou um treinador que estudo bastante. Terminei minha licença A da CBF em dezembro. Dezembro próximo começo minha licença PRO. Encontrei muito conteúdo de trabalho. Tenho uma equipe de trabalho com uma performance, um preparador físico que estava na Série A ano passado, no Vitória. Foi comigo no Guarani, já esteve no Bahia e no Criciúma. Tenho meu auxiliar que me acompanha há 10 anos, tenho o Gabriel que me acompanha há um ano". 

"Acoplando a excelente comissão técnica permanente, vamos trabalhar. E o papel do treinador que é extrair o melhor dos jogadores. Fazer essa equipe evoluir para que ela chegue em um patamar de excelência e a gente conquiste nossos objetivos". 

Mudanças

"Hoje chego e não posso mudar tudo. Vamos dar continuidade ao que vem sendo feito, até porque a equipe venceu bem por 5 a 0. Claro que vamos pontuar algumas coisas individualmente e coletivamente, para que possamos ter uma equipe competitiva e consistente. Mas para esses dois primeiros jogos não vai haver muitas mudanças. Seria falta de sabedoria minha chegar agora e mudar tudo". 

"A gente precisa chegar, dar continuidade ao trabalho e, sim, com o tempo, implementando minha filosofia de trabalho, meus conceitos de jogo e de equipe, para que a gente tenha uma equipe forte". 

Comparação Brasil x Estrangeiro

"Costumo dizer que os nossos profissionais brasileiros são uns dos mais capacitados do mundo. Tive a oportunidade de trabalhar em duas Copas do Mundo, em 2006 e 2010. Tenho embasamento para falar do futebol mundial. Quando eu era o observador técnico da Seleção Brasileira, acompanhei todas as seleções sul-americanas, algumas sul-africanas e algumas europeias. Digo que os nossos profissionais aqui são de excelência. Preparadores físico, fisioterapeutas, médicos. Estamos na frente de muitos países". 

"Talvez eles tenham um pressuposto maior que o nosso, mas grana facilita tudo. E um pouco mais de organização que já vem de anos, que é uma cultura europeia. Mas a qualificação individual do profissional brasileiro, tanto de treinador quanto de qualquer membro de comissão técnica, e hoje também de gestão, está muito bom, está em alto nível". 

"Fazemos um patamar numa área que atuei no Oriente Médio, estamos anos luz na frente deles. Eles ainda são semiprofissionais. Algumas são profissionais, eles têm um pouco de dificuldade de conseguir entender a filosofia de trabalho de uma carga maior de treinamento. Existe ainda essa diferença de assimilar os conceitos modernos do futebol, principalmente no Oriente Médio". 

Curtas passagens por Figueirense e Guarani

"Primeiro quero falar porque cada clube que entro pela porta da frente, saio pela porta da frente. Vou te pedir desculpas, mas não vou pontuar nada, porque é uma coisa interna do que aconteceu. Posso falar que encontrei dois clubes com muitas dificuldades. Em meio de temporada, com muitas dificuldades, que às vezes a gente não consegue mudar o que precisa mudar. Mas fui muito bem recebido pelos dois clubes". 

"Graças a Deus os clubes não caíram, se mantiveram na Série B e estão conseguindo se reestruturar. Mas aquilo que acontece num escritório, dentro de um clube, quatro paredes, depois que a gente sai, fica lá. Não posso sair falando o que me confiaram internamente. Posso te dizer que tivemos muitas dificuldades. Infelizmente não consegui reverter em termos de resultados aquilo que eu esperava reverter".