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Assista à audiência no Senado que debateu a situação do bairro Pinheiro

21/03/19 - 10h06
Especialistas falam sobre possíveis causas no bairro do Pinheiro. | TV Pajuçara

O Senado realizou nesta quinta (21) uma audiência pública, solicitada pelo senador por Alagoas Rodrigo Cunha, sobre a situação enfrentada pelo bairro do Pinheiro e adjacências, em Maceió (AL). Confira na íntegra:

CPRM

A audiência pública começou com a apresentação do geólogo Thales Queiroz, da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), que mostrou um vídeo que mostra a evolução do solo no bairro do Pinheiro, num período de tempo que compreende 2 anos e meio.

Ele alertou que a extração de salgema, a falta de drenagem e saneamento básico, e construções irregulares, nos últimos 40 anos, podem ser as causas do problema.

O geólogo disse ainda que movimento do terreno começou a aparecer com mais força em 2017, e se intensificou após os tremores do ano passado.

Queiroz elencou ainda que é necessário tomar medidas urgentes para evitar danos a população, entre elas estão: ajustar o plano de contingência aos dados de interferometria, construção de drenagem que não permita a entrada de fluidos no solo do bairro, contratação de especialista em interferometria, sondagem de rochas, instalação de sondagem, instalação de rede sísmica e geológica.

Os estudos da CPRM no bairro já dura 10 meses.

ANM

O Diretor Geral da Agência Nacional de Mineração (ANM), Victor Hugo Bicca, ressaltou os pontos apresentados pelo geólogo da CPRM. De acordo com ele, a evolução do terreno dificultou a instalação de alguns sonares no bairro.

“Estamos acostumados a contar nossa história em bilhões de anos e aqui estamos vendo acontecer em meses. Até o momento temos sete sonares instalados, mas em alguns deles estamos encontrando dificuldades para implantação por conta dessa evolução” afirmou.

Ele recomendou a Integração dos dados coletados dos diversos estudos, mas destacou a necessidade do tratamento das redes drenagens do bairro, de forma mais urgente.

“Nós trabalhamos com o dado de que quando chove 200 mm vai cair alguma coisa em algum lugar, e aqui recebemos a informação de que quando chove 30 mm é considerado chuva intensa, por isso é necessário intensificar esse trabalho na drenagem”, explicou Bicca.

Casal

O representante da Companhia de Abastecimento e Saneamento de Alagoas (Casal), Jorge Briseno Torres, explicou que a rede da companhia no bairro tem 25 km de extensão e que é composta por tubulações de 300 mm e 50 mm, sendo a menor 90% do total da rede.

“Sondagens mostram que temos gotejamento, como o que temos em nossas casas nas torneiras, mas não encontramos nenhum grande vazamento no bairro”, pontuou.

Ele disse ainda que a operação da Companhia instalamos equipamentos de regulação de pressão, que está operando com uma pressão abaixo do recomendado, para evitar novos vazamento.

Briseno disse ainda que uma nova obra deve substituir uma das linhas de abastecimento do bairro que está sendo prejudicado pela movimentação do terreno.

“Devemos investir R$ 300 mil para desativar uma das redes de abastecimento que está sendo prejudicada pelo problema e vamos criar duas novas redes para suprir esse abastecimento. Essa obra deve começar em 15 dias”, pontuou.

Ele concluiu explicando que Casal suspendeu as auditorias e os cortes no bairro atendendo a uma requisição da CPRM e que abriu um novo canal de comunicação com os moradores do bairro.

Braskem

Uma das apresentações mais esperadas foi a do diretor de negócios da Braskem, Alexandre Castro. Ele explicou como a operação da companhia funciona no bairro e ressaltou que não há mais extração acontecendo em poços do bairro.

“Nós temos 31 poços desativados, quatro poços ativos. Importante ressaltar que a gente não tem poços em operação hoje no Bairro do Pinheiro”, afirmou.

Ele disse também que ao logo do funcionamento desses poços 125 estudos de sondagens foram realizados, e que a companha deverá realizar novos estudos de sondagens nos poços a pedido da CPRM.

Ele concluiu afirmando que a companhia tem desenvolvido várias ações para ajudar a esclarecer os motivos dos problemas estruturais do bairro; são eles: o Estudo de Sísmica de Reflexão, realizado em quase 32 km realizados, concluído no último dia 15; Sondagem nos poços de extração do bairro, com o uso de três sondas, outras duas já estão contratadas; estudos de Interferometria, por duas empresas contratadas; e divulgação das ações da empresa através da Distribuiu 17 mil panfletos e carro de som sobre as ações, e lançou uma página no site da empresa onde coloca todas as atividades desenvolvidas.