Política

Atrás de Bolsonaro até em SP, Alckmin diz que campanha adversária está inflada

09/04/18 - 20h36

Em sua primeira segunda-feira (9) fora do governo de São Paulo e trabalhando na pré-campanha à Presidência, Geraldo Alckmin (PSDB) disse que candidaturas como a do deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) estão infladas pelo desconhecimento da população sobre as eleições de 2018. O ex-capitão do Exército está à frente do tucano em São Paulo, seu berço eleitoral. 

O ex-governador paulista disse que o número de candidaturas vai diminuir e campanhas como a de Bolsonaro "vão ter o seu tamanho devido". "Hoje, pesquisa eleitoral não retrata nada sobre o ponto de vista político. A população nem começou a pensar no processo eleitoral", disse Alckmin, que registrou 11% das intenções de voto na última pesquisa Datafolha, divulgada em janeiro.

No cenário sem Lula, preso no último sábado (7), a liderança das intenções de voto ficava com Bolsonaro, que chegava a 20%.

Alckmin conversou com jornalistas nesta segunda (9), antes de sua participação no Fórum da Liberdade, em Porto Alegre, onde participa de uma conferência com possíveis oponentes na corrida ao Planalto: Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede), Flávio Rocha (PRB), João Amoêdo (Novo) e Henrique Meirelles (MDB).

E saudou a entrada de outro possível oponente na política: o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, que se filiou na sexta-feira (6) ao PSB para, especula-se, também disputar a Presidência. "Não desestimulo nunca candidaturas, a pior política é a omissão", comentou Alckmin.

O ex-governador disse que não contava com o PSB em suas costura eleitoral. A legenda é a mesma de Márcio França, vice de Alckmin que assumiu o Bandeirantes na sexta e disputará a reeleição contra João Doria (PSDB).

O tucano disse que não iria comentar as declarações do delegado Milton Fornazari Junior, da Polícia Federal. Em postagem no Facebook, o agente disse que, após Lula, era hora de "outros líderes" serem investigados e presos -citou Alckmin, Aécio e Temer.

"[É] muito triste. Justiça tem que ser feita. O PT sempre pediu justiça e, quando ocorre a justiça, eu acredito na Justiça. Ninguém está acima da lei, por mais importante que seja", comentou o ex-governador paulista sobre a prisão de Lula.

Ele negou que haja preocupação com a prisão de Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, considerado operador do PSDB e que foi diretor da Dersa inclusive em seu governo, de 2005 a 2006.