O Banco do Brasil(BB) iniciou os testes do real digital. A partir de agora, o banco poderá criar tokens para simular transações com outros bancos e verificar se o ambiente de negociação é capaz de oferecer segurança e privacidade para o uso da moeda virtual. Segundo o banco, o teste é possível após a instalação do validador na rede blockchain, que será utilizada para o piloto do real digital.
Na segunda-feira (dia 7), o Banco Central (BC) informou que a moeda virtual que equivalerá ao dinheiro em circulação, o real digital se chamará Drex.
De acordo com o banco, o Real Digital será a porta de entrada para acesso à economia tokenizada. O tokens poderão ser registrados na rede do Real Digital e as negociações serão feitas com moeda segura emitida pelo Banco Central.
“Teremos a possibilidade de melhorar serviços bancários, com a adoção da tecnologia blockchain e a tokenização. Podemos prever que um financiamento de um imóvel, por exemplo, será realizado em questão de horas. Isso acontecerá uma vez que tanto o dinheiro quanto o imóvel serão tokenizados. Todos os participantes obrigatórios desse processo estarão conectados em uma única rede. Esse é um caso de uso que tem potencial para trazer comodidade aos clientes, melhorar a eficiência da operação, reduzir custos e ampliar o mercado”, explica Marisa Reghini, vice-presidente de negócios digitais e tecnologia do BB.
A executiva diz ainda que o mercado de investimentos também sentirá os efeitos da nova tecnologia. Segundo ela, será possível o modelo em títulos públicos ou privados, distribuindo-os de forma fracionada para pequenos investidores.
Moeda digital
Diferentemente das criptomoedas, cuja cotação é atrelada à demanda e à oferta e tem bastante volatilidade, o Drex terá o mesmo valor do real. Cada R$ 1 valerá 1 Drex, com a moeda digital sendo garantida pelo Banco Central, enquanto as criptomoedas não têm garantia de nenhuma autoridade monetária.
O Drex não será acessado diretamente pelos clientes de bancos e correntistas, mas por meio de carteiras virtuais vinculadas a uma instituição de pagamento, como bancos e correspondentes bancários. O cliente depositará nessas carteiras o correspondente em reais e poderá fazer transações com a versão digital da moeda.
O real digital deve estar disponível para a população só no fim de 2024. Em março, o BC escolheu a plataforma a ser usada nas transações. Nos últimos meses, o Banco Central habilitou 16 consórcios para desenvolverem ferramentas e instrumentos financeiros que serão testados no novo sistema.