Saúde

Bariátrica: suplementação vitamínica faz parte da rotina de ex-obesos

Assessoria | 17/09/19 - 21h03
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Não conseguir cruzar as pernas, ver as taxas como as de glicemia e colesterol nas alturas, ter a respiração difícil ou problemas na articulação são alguns dos sintomas limitadores de quem está com 20, 30, ou mais quilos, acima do ideal. Após a bariátrica, além do peso perdido, esses problemas vão embora quase que definitivamente. Quase. Sem a suplementação vitamínica adequada, a redução do estômago pode trazer problemas de saúde.

Com a cirurgia, a ingestão de nutrientes passa a ser menor, e a absorção de alguns destes nutrientes também é modificada. “Não é porque uma pessoa está obesa que ela é bem nutrida. O contrário também vale. Perder muito peso implica em maiores responsabilidades. Após a cirurgia, alguns pacientes esquecem às recomendações médicas ou não fazem o acompanhamento pós-cirúrgico adequado. Focam na perda de peso e não repõem, de forma correta, as vitaminas que seu corpo não consegue mais absorver como antes. Como consequência, vem queda de cabelo, fraqueza, anemia forte...”, destacou o cirurgião alagoano, Antônio de Pádua, especialista em bariátrica.

A suplementação vitamínica deverá ser feita por toda a vida com a ingestão de vitaminas como a A, D e as do complexo B, além de manter uma alimentação balanceada dentro do plano nutricional prescrito pelo nutrólogo. “Apresentei anemia três meses após a cirurgia. Tive perda de cabelos e tenho as unhas quebradiças tanto dos pés como das mãos. Peguei um fungo nas unhas dos pés também, mas estou tentando corrigir todos esses problemas com a suplementação alimentar. Uso polivitamínico multi-mulher e ômega 3 pela manhã. Após o almoço, tomo polivitamínico materna e cápsulas para fortalecer unhas e cabelos. À noite tomo mais cápsulas para unha e cabelo, além de colágeno hidrolisado com zinco, vitaminas A, C e E”, contou a servidora pública Geine Teodósio, que agora faz parte da lista de mais de 100 mil pessoas, no Brasil, que reduziram o estômago no ano passado.

Em dezembro de 2018, Geine pesava 119,5 kg. Nove meses depois do Bypass Gástrico, técnica mais usada no mundo para a redução de peso, 36 quilos já foram eliminados. A necessidade de manter as taxas vitamínicas ficou cada vez mais evidente. “Gasto uma média de R$900 a cada três meses com suplementação, além de seguir as recomendações da nutricionista, que me dá dicas até de como me comportar nas festas. A bariátrica foi minha última opção. No começo tinha muito medo de desmaiar por ter ouvido falar que as pessoas ficavam fracas pela pouca quantidade de alimentos ingeridos. Hoje não tenho a disposição que imaginei, mas não chamo de fraqueza. Percebi que não é difícil se adequar às recomendações”, disse.

Independente da técnica utilizada, todas as cirurgias de redução levam a uma grande perda de peso, que é mais intensa nos primeiros seis meses de pós-operatório e tende a estabilizar em até dois anos. Apesar de estimular a perda de peso rápida, a cirurgia não é garantia de que nunca mais o indivíduo volte a engordar. “É importante que o paciente entenda que a cirurgia vai além do trabalho de quem o opera. É necessário seguir todas as recomendações médicas no pós-operatório e mudar sua rotina ou o peso volta”, pontuou Antônio de Pádua, membro emérito da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM).