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Biden se diz confiante em vitória após abrir vantagem na Pensilvânia

07/11/20 - 09h32
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Após ultrapassar Donald Trump em votos na Pensilvânia e na Geórgia e ficar ainda mais próximo da vitória, o candidato democrata à Casa Branca, Joe Biden, fez um discurso no fim da noite desta sexta-feira (6) em que se disse confiante na vitória, apesar de não haver uma declaração clara de que é o vencedor.

"Não há uma declaração de vitória clara, mas os números mostram uma trajetória clara e convincente."

Diante do atraso na contagem de votos e das investidas do presidente em contestar os resultados da eleição na Justiça, o democrata afirmou que não vai deixar que a apuração seja interrompida, por mais que as pessoas tentem. "Seus votos serão contados", afirmou.

Sem apresentar provas, Trump diz que os votos por correio -uma modalidade comum nas eleições dos EUA- são ilegais e não devem ser contabilizados. O temor do republicano é que a cédula postal, de maioria democrata, impulsione Biden em estados-chave, como tem acontecido na reta final da apuração.
"Nós estamos provando de novo o que provamos por 244 anos, essa democracia funciona [...] Eu não ligo para quanto as pessoas tentem parar [a contagem de votos]. Não vou deixar acontecer. As pessoas serão ouvidas", disse o democrata em um centro de convenções em Wilmington, no estado de Delaware.

O ex-vice de Barack Obama listou a vantagem que abriu nesta sexta em estados como Pensilvânia, onde ressaltou que os democratas reconstruíram "o muro azul" do Cinturão da Ferrugem, e disse que será o primeiro de seu partido em décadas a vencer na Geórgia e no Arizona.

No entanto, os resultados desses estados ainda estão em aberto, apesar de indicarem vantagem de Biden.

Para tentar barrar a narrativa de Trump de que sua possível vitória, caso confirmada, não seja legítima, Biden destacou que já contabilizou 74 milhões de votos -o recorde na história de um candidato à Presidência, ultrapassando Obama.

"Nosso total de votos segue crescendo, nossa vantagem segue crescendo", disse, antes de, mais uma vez, apelar para a união do povo americano.
"Não importa em quem você votou, vamos colocar a raiva para trás. Não vai ser fácil, mas temos que tentar."

Biden apostou na construção de um grande arco anti-Trump em torno da sua candidatura durante a campanha, mas não conseguiu, de acordo com número iniciais, ir muito além dos eleitores democratas.

Agora, perto de vencer a disputa, tenta se colocar como presidente de todos os americanos, para contrastar com Trump, conhecido por sua retórica divisionista.

"O que ficou mais claro a cada hora é que um recorde de americanos, de todas as raças, fé, e religões, escolheu mudar", disse Biden.