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Boate Kiss: para acelerar julgamento, tribunal desiste de 4 depoimentos

UOL | 04/12/21 - 09h01
Hygino Vasconcelos/UOL

    Quatro pessoas não serão mais ouvidas no julgamento dos réus da boate Kiss, que acontece em Porto Alegre desde o dia 1º de dezembro. Duas testemunhas e duas vítimas foram cortadas da lista. Com isso, baixou para 33 para 29 o número de depoentes.

    A decisão foi tomada na sexta-feira (3), terceiro dia de sessões, após sugestão do Ministério Público. A cada parte se propôs que desistisse de uma testemunha para agilizar o andamento do júri. Com a modificação, serão ouvidos no final do julgamento 12 vítimas, 16 testemunhas e um informante.

    A assistência de acusação abriu mão de ouvir a vítima Gustavo Cadore. A defesa de Mauro Hoffmann, um dos dois réus sócios da boate, desistiu do depoimento da testemunha Audrey Tessele Borin. Os advogados de Elissandro Callegaro Spohr, conhecido por Kiko, o outro réu sócio da Kiss, abriram mão de ouvir uma vítima e de uma testemunha.

    Na fase processual, a defensora de Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista da banda Gurizada Fandangueira, já havia desistido de uma testemunha e, por isso, manteve as quatro já previstas para serem ouvidas. O MP desistiu da testemunha Stenio Rodrigues Fernandes, que passa a ser da defesa de Spohr —sem, portanto, alterar o número.

    Até agora já foram ouvidas as cinco vítimas indicadas pelo Ministério Público e uma arrolada pela assistência de acusação. Dentre as testemunhas, já foram inquiridas duas do Ministério Público e uma indicada pela defesa de Marcelo de Jesus dos Santos, além do informante Gianderson Machado da Silva.

    Com previsão de duração de cerca de 15 dias, o júri registrou relatos de dor, momentos de gritaria e bate boca, e tensão entre defesa e promotoria para além do espaço do plenário.

    Quase nove anos após a tragédia, os réus são julgados por 242 homicídios simples e por 636 tentativas de assassinato - os números levam em conta, respectivamente, os mortos e feridos no incêndio. Devido ao tempo de duração e estrutura envolvida, o júri é considerado o maior da história do judiciário gaúcho.