Alagoas

Bope é acionado para desobstruir entrada da empresa Veleiro, em Rio largo

Redação TNH1 | 09/03/20 - 17h40

Policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar de Alagoas (PM-AL) foram acionados, na tarde desta segunda-feira, 9, para desobstruir a entrada da empresa Veleiro, localiza em Rio Largo. A polícia teria recebido a informação de que os rodoviários que paralisaram as atividades por atraso nos salários estariam impedindo a saída dos ônibus, o que foi negado pelos manifestantes.

Em vídeos enviados à redação do TNH1, é possível ver polciais do Bope usando escudos e em formação para repelir os manifestantes.

Segundo informações do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado de Alagoas (Sinttro-AL), cerca de 40 ônibus estão parados no pátio da empresa e apenas 8 veíuculos circularam nesta tarde para suprir a demanda de seis linhas que fazem o trajeto entre Rio Largo e Maceió. São elas: Rio Largo/Gustavo Paiva, Rio Largo/Mata do Rolo, Rio Largo/Jarbas Oiticica, Aeroporto/Via Expressa, Aeroporto/Ponta Verde, Cruzeiro do Sul/Centro.

"Em nenhum momento impedimos a saída dos ônibus", disse Alexandre Sobrinho, que faz parte da direção do Sinttro.

Segundo ele, a paralisação permanece nesta terça-feira, 10. e na quarta-feira, 11, os trabalhadores rodoviários devem participar de reunião na Delegacia Regional de Trabalho. Veja o vídeo:

A paralisação dos trabalhadores da empresa Veleiro, iniciada na manhã desta segunda-feira (9), continuou durante período da tarde, em Rio Largo. Os funcionários cobram o recebimento dos salários referente aos mês de fevereiro.

Motoristas e cobradores se concentraram em frente à garagem da empresa, no município de Rio Largo, Região Metropolitana de Maceió. A paralisação afeta, principalmente, moradores de Rio Largo e Conjunto Cruzeiro do Sul, onde os ônibus da empresa são a única opção para deslocamento. 

Esta é a segunda paralisação de trabalhadores da empresa Veleiro em 2020. Em janeiro, cerca de 60 ônibus da Viação Veleiro, que atendiam 15 linhas em Maceió, não deixaram a garagem, depois que os funcionários decidiram paralisar as atividades em protesto pelo atraso nos pagamentos.  

TNH1 tentou contato com a assessoria de comunicação da Agência Reguladora de Serviços Públicos de Alagoas (Arsal) para saber se as linhas paralisadas estão sendo cobertas, mas não conseguiu retorno até a publicação desta matéria.

A Veleiro se manifestou através de nota e classificou as atitudes do sindicato como "irresponsáveis" e "negligentes" para com a população. Leia abaixo:

A Empresa Veleiro vem através desta nota informar que repudia as atitudes do Sindicato dos Rodoviários, uma vez que se tratam de atitudes irresponsáveis e negligente para com a população.

A titulo de esclarecimento, informamos que não existe atraso salarial da empresa Veleiro Transportes que presta serviços à população de Rio Largo, pois o seu pagamento é realizado na data prevista da convenção coletiva; quanto a empresa Auto Viação Veleiro que presta serviços a população de Maceió, informamos que a mesma se encontra em sua atividade regular e que foi realizado um acordo junto com o SINTTRO, em fevereiro de 2020, na qual esse último afirmou que iriam se abster de futuras paralisações.

Por fim, informamos que diante do caos ocasionado pelo SINTTRO, não restou outra opção a não ser ingressar com ação judicial , na qual determinou a imediata operação da frota. Com a decisão estamos retomando o fluxo da operação em Rio Largo/AL.

O Sinttro também enviou nota á imprensa. Leia na íntegra:

O sindicato dos trabalhadores em transportes rodoviários no estado de alagoas (Sinttro/AL) vem a público se manifestar sobre a nota propagada nesta terça-feira (10) pela empresa Veleiro sobre o posicionamento do sindicato que paralisou as atividades da referida empresa durante toda a segunda-feira (9). Em sua nota, a Veleiro chamou esta entidade sindical de irresponsável e negligente. Chamamos a atenção para a verdadeira negligência dessa história: há mais de 5 (cinco) anos a empresa veleiro não recolhe FGTS, não paga o INSS e pior, está deixando de repassar valores referentes a pensões alimentícias, mesmo efetuando os descontos em folha de seus funcionários, caracterizando apropriação indébita. O atraso de salários na empresa é uma prática antiga, seguindo, rigorosamente, um calendário que penaliza o cotidiano do trabalhador. Sua frota está sucateada e não oferece segurança e o mínimo conforto para profissionais e passageiros. Por esses e tantos outros motivos que o Sinttro/AL tem se posicionado para garantir os direitos dos trabalhadores através de paralisações. Por tudo que relatamos acima, provamos que, na verdade, o que a empresa divulga é falácia e não condiz com a verdade. O acordo a que a empresa se refere, na verdade foi firmado na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, onde ficou ajustado que caso a empresa descumprisse o prazo de pagamento, os trabalhadores deveriam receber com acréscimo de 10%, o que não está sendo cumprido, deixando a empresa Veleiro de honrar o acordo, como se referiu em nota apresentada neste veículo de comunicação. Sem mais, continuaremos lutando para assegurar o cumprimento do que a justiça e a lei preconizam como direito e obrigação do patrão. Estamos fazendo nossa parte e esperamos que a empresa Veleiro faça a dela, deixando de penalizar o trabalhador.