Futebol

Cabo agradece apoio da torcida e diz: "Vamos tentar ir além do limite"

Paulo Victor Malta | 16/11/18 - 20h47
Técnico Marcelo Cabo aplaude a torcida no Rei Pelé | Pei Fon / Portal TNH1

O CSA concluiu nesta sexta-feira (16) a preparação para a grande decisão nesta Série B do Campeonato Brasileiro. Uma vitória sobre o Avaí leva o Azulão à elite do futebol brasileiro. A torcida comprou todos os ingressos e promete lotar o Rei Pelé mais uma vez. O clima é de ansiedade. Ciente de tudo isso, o técnico Marcelo Cabo fez questão de agradecer aos torcedores, afirmou que o objetivo é buscar a vitória, mas lembrou que não é o último jogo do CSA na competição. 

"Eu não vou convocar a torcida para o jogo porque todos os ingressos já foram vendidos. Vou agradecer à torcida. Hoje eu não convoco. Agradeço por tudo que ela vem fazendo pela gente até agora, por todo o incentivo, por cada palavra de carinho que recebo da torcida quando passo na rua. A gente trabalha e joga por eles. Amanhã vamos tentar ir além do nosso limite para buscar o nosso objetivo. Que ela continue dessa maneira extraordinária, essa massa azulina. Nos incentivando, cantando, vibrando com a gente, que a gente vai tentar atender à expectativa deles, dentro daquilo que a gente é capaz no jogo". 

"Um jogo de importância relevante como dos outros jogos do campeonato. A gente vai encarar o Avaí como encarou todos os outros adversários que vieram aqui jogar com a gente. O jogo ganhou uma conotação pelo momento do campeonato. Mas a gente tem que se preparar e focar como fez para todos os jogos em casa, para que a gente possa buscar o objetivo", opinou Cabo em entrevista coletiva. 

Segundo o site Infobola, do matemático Tristão Garcia, o CSA tem 86% de chances de subir para a elite do futebol brasileiro. O Azulão tem 59 pontos e começa a rodada na terceira posição, atrás da Ponte Preta, que também tem 59, mas leva a melhor no saldo de gols. 

O Avaí tem 57 pontos e é o quinto colocado. De acordo com o Infobola, o time catarinense tem 51% de chances de acesso. Na próxima rodada, o CSA pega o rebaixado Juventude em Caxias do Sul, enquanto o Leão decide uma vaga com a Ponte Preta em Florianópolis. 

O Azulão encara o Avaí neste sábado (17), às 16h (horário de Alagoas), no Estádio Rei Pelé, em Maceió, pela 37ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. O Portal TNH1, a TV Pajuçara e a Rádio Pajuçara FM Maceió - 103,7 acompanham os detalhes da decisão. 

Veja outros trechos da entrevista. 

Escalação só na hora do jogo

"Não é que a gente pense em esconder a escalação, em surpreender. É um momento decisivo da competição. Nós trabalhamos os três dias aqui fechados para que pudesse criar algumas alternativas para o jogo, algumas alternativas de equipe que vai iniciar o jogo, algumas alternativas de substituição. A gente trabalhou tudo isso para que pudesse ir para o jogo muito bem preparado. A equipe vai bem organizada para o jogo, com tudo já organizado, a equipe que inicia, as opções, as estratégias em cada situação que o jogo possa se desenhar. É por isso desenvolve esse tipo de treinamento com os portões fechados". 

Coach

"A vinda do Lulinha Tavares já era uma coisa programada até antes dessa reta final. Mas teve a infelicidade da perda da esposa dele. Tivemos que adiar um pouco mais. O Lulinha até iria ficar direto com a gente. Mas o problema da enfermidade da esposa dele fez ele voltar ao Rio de Janeiro. E ele conseguiu se organizar lá para poder nos acompanhar nessa reta final". 

"Claro que a ferramenta que o Lulinha traz para essa reta final de competição é muito importante, tanto no individual, quanto no coletivo. É o cara que é super bem preparado para estar ao meu lado, me ajudando nesta empreitada. Aqui é "nós", aqui é equipe. Aqui trabalha a equipe. Todo mundo, desde os meninos que abrem o portão até o presidente, todo mundo está jogando no mesmo time, está correndo para o mesmo lado. A equipe se faz funcionar assim. A gente se sente cada vez mais forte porque é uma coletividade forte". 

Avaí

"O Avaí não só é o melhor visitante, como ele tem uma melhor performance na competição fora de casa do que em casa. De todas as equipes que a gente enfrentou em casa, o Avaí é a última, com certeza é a melhor preparada para jogar fora de casa. Já é uma característica do seu experiente treinador. Um treinador que a gente tem muito respeito por sua história, é uma pessoa espetacular". 

"Tem uma identidade muito grande com o clube. Tem uma característica de jogo definida desde as outras passagens do Geninho pelo Avaí. A gente sabe que vai encontrar uma equipe muito competitiva, que sabe jogar fora de casa, que tem a paciência para jogar fora de casa. Foi isso que trabalhamos durante a semana, nos preparamos para enfrentar uma equipe desse porte, desse quilate, que busca seus objetivos dentro da competição". 

Ausências de Rodrigão (Avaí) e Didira

"São duas perdas consideráveis. O Rodrigão pela parte do Avaí, que vem fazendo bons jogos nesta reta final. E o Didira que tem sido um jogador de ponto de equilíbrio dentro da competição. Mas a gente tem que estar preparado para as perdas. A gente tinha alguns jogadores com cartão amarelo. Perdemos o Didira. Trabalhamos justamente uma situação de poder jogar e ser competitivo sem o Didira". 

Postura em casa

"Posso falar para você que o CSA vai ser em casa como sempre foi, equilibrado. Uma equipe tem que ser sempre equilibrada. Sempre falei, às vezes você joga com três volantes, mas não é defensivo. Às vezes joga com três atacantes e também não é extremamente ofensivo. Futebol passa pelo preenchimento e ocupação dos espaços e equilíbrio. O CSA sempre foi dentro de casa. O CSA tem um jeito único de jogar em casa, a gente busca esse jeito de jogar em casa. Às vezes as coisas não encaixam como a gente quer, porque são circunstâncias do jogo. Mas a gente sempre vai buscar o nosso padrão, que a gente tem e vem jogando em casa desde o jogo do Goiás". 

Todo jogo uma final

"O CSA é obrigado a vencer todos os jogos. Eu entro para vencer todos os jogos. Mas não é obrigado o campeonato acabar amanhã. O Campeonato pode acabar na 38ª rodada. O CSA quando entra em campo, entra para vencer. Às vezes não é possível vencer. Se a gente for fazer uma analogia do momento da competição, hoje a melhor situação da competição é a do CSA. O Fortaleza já subiu e hoje a situação do CSA é boa na competição. Mas não temos obrigatoriedade de terminar a competição amanhã". 

"Pode ser que por algum percalço a gente não consiga. Nós temos mais uma oportunidade. Pode ser que a gente se classifique amanhã com um empate. Por que não? A gente tem que ter calma, equilíbrio. Temos que jogar uma final de cada vez. Eu não vou pensar no Juventude, vou pensar no Avaí amanhã. E o CSA vai entrar sempre no Rei Pelé para vencer. Mas toda equipe que entra em campo tem a obrigatoriedade de vencer". 

Ponto contra o Atlético-GO

"Eu não acho que a equipe não correspondeu. Você tem que ter um equilíbrio para jogar futebol. Você tem que lembrar que jogamos contra uma equipe que estava na Série A em 2017. Uma equipe que foi planejada para o acesso. Uma equipe que vinha de duas vitórias fora de casa. Acabei de falar que futebol é feito de equilíbrio. A gente não pode se atirar de qualquer maneira para tentar alcançar o gol. Nós tivemos uma lição contra o Vila Nova e aprendemos essa lição". 

"Às vezes na Série B, quando você não consegue vencer, você precisa pontuar. E você vai ver que esse pontinho, que você diz onde a equipe não foi bem, não se atirou, causou uma apreensão na torcida, pode ser esse pontinho do Atlético que vai nos levar para a Série A. Precisamos ter muita sabedoria nesse momento. Muita sabedoria para jogar essa competição, muita sabedoria para poder entender e ler o momento da competição. Eu tenho um pouquinho de expertise na competição, já fui campeão dela, tenho um pouquinho de conhecimento. Se a gente tivesse expertise que tivemos contra o Atlético em outros jogos, pode ser que nesse momento a gente já estivesse na Série A. Você vai aprendendo dentro da competição". 

Apoio da torcida

"A torcida tem nos aplaudido, tem nos incentivado. Terminou o jogo, a torcida aplaudiu o time de pé. A torcida tem jogado com a gente, tem sido o 12º jogador. A gente entra no campo para vencer, mas às vezes não é possível. Todos têm que entender que existe um adversário bem treinado e capacitado do outro lado. Que veio preparado para enfrentar o CSA no Rei Pelé". 

"O CSA era uma equipe quando começou a Série B, que as pessoas tinham pouco conhecimento da equipe do CSA. Hoje a equipe do CSA é muito estudada. E eu falei isso durante a competição, vão passar a nos estudar mais. Da mesma maneira que a gente... Vou dar um exemplo. A gente foi lá no Ceará contra o Fortaleza. Estudamos o Fortaleza e bloqueamos a maioria das ações do Fortaleza. E aqui é feito com a gente também". 

"Só que a gente tem que criar um artifício para que possa surpreender o adversário e buscar a vitória. Mas eu estou muito satisfeito com a torcida. Ela nos incentiva a todo momento. Mas tem hora que ela vira um expectador também. E a gente tem que compreender isso. Mas se Deus quiser tudo vai caminhar bem e a gente vai trabalhar bastante para buscar o nosso objetivo". 

Méritos e respeito

"O treinador tem que provar todo dia a sua capacidade. Ele tem que se preparar todo dia para algo novo na sua carreira. Fico muito feliz de estar executando um bom trabalho aqui no CSA. Não só eu. O Marcelo Cabo não executa os trabalhos, esses números não são só do Marcelo Cabo, são de todo um contexto. São de toda comissão técnica, de toda a diretoria e principalmente dos jogadores. A gente é um instrumento que se capacita para poder ajudar os jogadores a alcançar esse objetivo". 

"A gente luta e busca por esse objetivo. O acesso vai vir com a consequência do jogo. Internamente a gente não fala em acesso. A gente fala em vencer a partida. Porque aí sim a gente vai conseguir o objetivo. Se você olhar a minha semana de trabalho, a da diretoria, ninguém falou em acesso aqui. A gente tem muito respeito pelo Avaí. Não tem uma camisa de Série A pronta aqui. Não temos nada preparado para depois do jogo. Isso eu te garanto". 

"Temos muito respeito ao Avaí, muito respeito à competição, muito respeito ao momento da competição e muito respeito ao momento que o CSA vive. Sim, se a gente vier a alcançar o objetivo, depois do momento alcançado é que vamos pensar em alguma coisa. Mas agora, única e exclusivamente, só há o foco para poder bater e surpreender essa equipe muito capacitada que é o Avaí. Muito respeito ao Avaí, muito respeito ao momento da competição e à partida de amanhã, vamos lutar com todas as forças para buscar essa vitória amanhã, para que possa alcançar o objetivo". 

Recordes na Série B

"Fazer história no futebol alagoano me agrada muito. Alegra meu coração. Porque chegamos aqui em fevereiro com a missão de construir um grande trabalho. Fico feliz nesse momento de ter batido todos os recordes em números na Série B no futebol alagoano. Fico feliz em poder ajudar o futebol alagoano e o CSA a colocar o nome do futebol alagoano no cenário nacional. Fico feliz em contribuir com isso. Eu e toda minha equipe de trabalho". 

"Mas costumo dizer que tenho que acordar amanhã e fazer uma nova história. Treinador tem que se superar todo dia e provar todo dia a sua capacidade. Conto uma história que cheguei da Copa do Mundo na Alemanha em 2006 e em 2007 eu estava dirigindo um clube da Série B do Campeonato Carioca. Essas lições na sua vida vão te ensinando que você precisa provar a cada dia a sua capacidade com humildade". 

"E acima de tudo, agradecer a Deus. Toda honra e glória a Deus porque ele me capacita para isso. Se ele não me desse saúde, não me capacitasse, não me desse sabedoria, eu não teria passado por cima de muitas coisas que passei na minha vida e na minha carreira para chegar a esse momento aqui, de uma alegria e felicidade muito grande em dirigir o CSA".