Futebol

Cabo breca euforia, prega respeito ao Atlético-GO, mas diz que CSA vai buscar o objetivo

Paulo Victor Malta | 09/11/18 - 19h57
Pei Fon / Portal TNH1

Foco e concentração. Essas foram as palavras mais repetidas pelo técnico Marcelo Cabo na entrevista coletiva desta sexta-feira (9), véspera da decisão com o Atlético-GO, no jogo que pode marcar o acesso do CSA à Série A do Campeonato Brasileiro. Após comandar o o treino no CT do Mutange, o treinador conversou com a imprensa, rechaçou o clima de euforia, confirmou que Didira está relacionado, pregou respeito ao adversário, lembrou que o Dragão ainda tem chance, mas afirmou que o time está concentrado totalmente na partida deste sábado (10). 

"A gente tem que focar e concentrar nesse jogo como mais um jogo importante da competição. Aqui, da minha parte e dos meus comandados, não se fala em acesso, nem em Série A. A gente fala de mais um grande compromisso, com respeito muito grande ao Atlético. Vamos focar nesse jogo como focamos em todos os jogos em casa, para que possamos ter uma equipe competitiva e buscar os nossos objetivos dentro da partida". 

"Vocês sabem o tamanho do meu respeito pelo Atlético, a minha história no Atlético. Mas esse momento que estou vivendo no CSA é foco total no CSA. Meu maior respeito e gratidão ao Atlético. Mas hoje o meu foco e concentração são todos aqui no CSA. Vamos enfrentar uma equipe que há dois anos foi campeã da Série B, ano passado estava na Série A. É uma equipe que até o momento vive a expectativa de um acesso, matematicamente ainda tem chance. Não podemos nos apegar e nem nos basear nos dois últimos resultados do Atlético em casa, porque os dois últimos resultados do Atlético fora foram duas vitórias", opinou. 

Após arrancar o empate com o Fortaleza no Castelão, o CSA chegou aos 58 pontos e está na vice-liderança da Série B. O time marujo pode conquistar o acesso já neste sábado, caso uma combinação de resultados aconteça.

Primeiro, o próprio CSA tem que vencer o Atlético-GO. Segundo, precisa torcer para que o Londrina perca o jogo para o Oeste e a Ponte Preta não ganhe do Juventude. Assim, o CSA alcançaria os 61 pontos, enquanto o Londrina ficaria nos 54 e a Ponte com 53 (caso de derrota) ou 54 (caso de empate). O Atlético-GO estacionaria nos 52. Como faltaria apenas duas partidas para o término da Série B, o Azulão estaria matematicamente classificado para a Série A.

CSA e Atlético-GO duelam neste sábado (10), às 16h (horário de Alagoas), no Estádio Rei Pelé, em Maceió, pela 36ª rodada da Série B. O Portal TNH1, a TV Pajuçara e a Rádio Pajuçara FM Maceió - 103,7 acompanham todos os detalhes antes, durante e depois da partida.

Veja outros trechos da entrevista. 

Leandro Souza e Didira

"O Leandro não vai para o jogo. O Didira treinou normal. A gente conta com o Didira na lista de convocados". 

Euforia da torcida

"O fato da gente estar uma semana fora longe da família... A Maria Eduarda, minha filha, precisava ir ao shopping. Eu não posso me refutar e não acompanhar minha família ao shopping. Claro que meu foco e minha concentração são muito grandes. A Duda precisava comprar algumas coisas e a gente fica uma semana ausente, precisa ter a presença paterna também com a família. O carinho da torcida é imenso. Mas eu deixo essa alegria e essa euforia só para a torcida". 

"Internamente estamos muito focados e concentrados. Temos muito respeito pela competição. Quero dizer a todos que na última rodada tivemos duas equipes aspirantes ao acesso sofrendo duas goleadas de cinco. É uma coisa que não é normal dentro da Série B. Precisamos ter muito respeito à competição e aos adversários. Quando a gente vê o Vila Nova e o Coritiba tomando de cinco, a gente sabe que tem que respeitar a competição, a história do futebol e a tal da bola, se não ela pune". 

"O foco e a concentração é total para esse jogo. Claro que é mais um jogo decisivo naquela série decisiva que falei para vocês, quando faltavam cinco jogos, começava uma nova competição. Não vamos pensar no Avaí, vamos pensar, sim, em encarar esse jogo como uma final, como a gente encarou os jogos do Sampaio, Fortaleza e agora do Atlético". 

Escalação

"Uma hora antes do jogo, vocês vão saber a escalação. A gente sabe que a força e o craque do CSA é a força do elenco. Aquilo que a gente estuda do adversário, que a gente analisa o momento nosso e o do adversário, a gente vem designar uma escalação. Vocês vão saber amanhã aquilo que a gente vai entender o que é melhor para que a gente possa enfrentar o Atlético, diante do que a gente estudou e analisou o Atlético". 

Torcida

"Falar da nossa torcida é chover no molhado. Nossa torcida é apaixonante, é a nação azulina. Nossa torcida joga com a gente, nos abraça quando a coisa está ruim e nos incentiva quando a coisa está ruim. A gente joga por eles. O que a gente vai fazer é o nosso melhor para tentar vencer essa partida. Se no final da partida tudo der certo, aí vamos pensar no momento. Mas eu não posso pensar no final da partida, onde eu tenho um grande adversário pela frente". 

Atlético-GO

"O Atlético vai jogar as suas últimas fichas. Vai jogar a última sorte dele na competição. Se matematicamente eles têm chance, eles vão buscar essa chance. O Atlético é um clube vencedor, rapaz. Ele vem buscar aquilo que ele ainda tem na competição. Falar do Atlético é falar de um lugar onde fui feliz. A torcida me respeita muito, eu gosto muito da torcida. Eu criei uma história dentro do Atlético, criei um legado. Conquistei o maior título da história do Atlético como treinador, eu e meus companheiros de trabalho. É um clube que nos últimos tempos se solidificou". 

"Um clube que vem da Série A, construiu seu estádio, tem o CT reformado. Um grande dirigente como o Adison Batista. O Atlético chega como um grande exemplo para a gente, como o CSA que está em crescimento. Inclusive, treinamos lá, olhamos as instalações, criamos algumas alternativas para o nosso CT vindo de lá. O presidente Rafael e o presidente Raimundo visitaram o CT lá, nos recebera muito bem. Carinho e gratidão pelo Atlético, mas amanhã... Eu sou azulino, meu coração é azulino e a gente vai buscar aquilo que precisa dentro da competição". 

Concorrentes pelo acesso

"A gente acompanha, isso já faz parte do nosso trabalho, acompanhar os jogos dos adversários, dos concorrentes. Mas acho que acima de tudo, temos que fazer a nossa parte. A gente não pode ficar muito preocupado com a situação dos adversários. Se fizermos a nossa parte, damos um passo largo no nosso objetivo. Deixa os adversários se confrontarem e a gente vai focar aqui no nosso objetivo, que é buscar uma vitória dentro de casa".

Ansiedade

"Se eu não tiver insônia e uma noite de sono ruim, eu não estou vivendo o que estou vivendo aqui dentro do CSA. Claro que a experiência que a gente adquire ao longo dos anos, nos dá tranquilidade, equilíbrio e sabedoria necessárias para conduzir esse grupo e esse momento do clube com muita sabedoria". 

"Mas claro, sou um ser humano. Já falei, no dia que eu perder a insônia na véspera do jogo, o dia que eu perder o frio na barriga na hora de entrar em campo e defrontar com aquela massa azulina, eu tenho que parar com a minha carreira e vou vender apartamento na imobiliária da minha família lá no Rio. Eles têm uma imobiliária lá". 

"Eu vou sempre viver isso porque futebol é uma paixão muito grande que eu tenho desde pequeno. Me preparei e só sei fazer isso na minha vida, jogar futebol e depois ser treinado. Eu vivo e estudo isso 24h. Outra coisa, cara, se eu não viver essa paixão... Sou um cara muito grato a Deus, eu trabalho naquilo que eu amo. Viver esse momento com o CSA é viver um momento único na minha vida e na vida da minha família".