Futebol

Cabo critica árbitro, fala em pênaltis não marcados e diz que CSA buscou a vitória

Paulo Victor Malta | 08/03/19 - 16h35
Morgana Oliveira / Ascom CSA

O técnico Marcelo Cabo elogiou a atuação do CSA no clássico com o CRB, na última quinta-feira (7), pela quinta rodada da Copa do Nordeste, mas não poupou críticas ao árbitro da partida. Em entrevista coletiva após o empate sem gols no Rei Pelé, o treinador marujo comentou que o time buscou a vitória do início ao fim, criticou o árbitro Mayron Frederico dos Reis Novais (CBF/MA) e afirmou que o juiz deixou de marcar dois pênaltis ao CSA. 

"Foi um jogo onde propomos o jogo os 90 minutos. Jogamos em bloco alto, propondo o jogo, buscando o jogo. O CRB veio com um conceito de jogo de jogar em linha baixa, explorar os contra-ataques e a bola parada. A nossa equipe, para abrilhantar a atuação, merecia só o gol, por tudo que a gente fez no jogo, sair com a vitória. Buscamos a vitória do primeiro ao último minuto". 

Expulso pelo árbitro na segunda metade da etapa final, Cabo explicou o ocorrido, mas antes criticou o árbitro Mayron Frederico dos Reis Novais. Na súmula da partida, o árbitro relatou que expulsou Marcelo Cabo por entrar no campo de jogo sem autorização, no momento em que o jogo estava parado.   

"Vamos lá, vamos falar do seu Mayron, árbitro do Maranhão. Primeiro vou fazer uma colocação que o meu jogador me procurou e me colocou. (Árbitro) Ele no primeiro tempo ameaçou o Castan. Ele falou que ia "f****" o Castan. Isso não é um comportamento de um árbitro CBF. O jogador me relatou e eu pedi autorização dele para relatar isso. Ele não pode ameaçar o meu atleta. Outro detalhe sobre a arbitragem: eu já revi os lances e, na minha opinião, foram dois pênaltis. Um no Manga e um no Robinho". 


Foto: Pei Fon / Portal TNH1

"Então, para a gente ter um árbitro de fora que ainda não está com a qualificação para apitar o nível de um clássico desse, vamos prestigiar os árbitros de Alagoas. Por que não botamos os árbitros locais? Temos árbitros aqui muito bem preparados. A minha expulsão, eu dei dois passos para dentro do campo e falei com o Ferrugem na maior descontração. Falei "Levanta, rapaz. Ainda tem jogo" e joguei uma água nele e falei "Ainda vou te enferrujar mais". Ele riu, piscou o olho para mim. Ali, uma conversa amistosa, a dois metros dentro do campo. Quando você fala invasão de campo é para você ofender, agredir, alguma coisa. Quando existe uma briga generalizada entre jogadores, que as comissões entram em campo para separar, é todo mundo expulso? Faço a pergunta a vocês. Quando tem algum problema dentro do campo, que as comissões intervêm para que não tenha uma briga generalizada, são todos expulsos? Não. Acho que o árbitro hoje foi infeliz do começo ao fim do jogo. O senhor Mayron, acho que ele não está preparado ainda para apitar um jogo dessa magnitude, um clássico dessa magnitude. Acho que ele foi infeliz de ameaçar meu jogador e dele não dar dois pênaltis claros a favor do CSA. Porque o árbitro assim interfere diretamente no resultado".  

Com o resultado, o CSA ficou com nove pontos e caiu para a quarta posição do Grupo B. CRB chegou ao quinto empate em cinco jogos no Nordestão, somou o quinto ponto e terminou na quarta colocação do Grupo A.

Veja outros trechos da entrevista. 

O jogo

"Dentro da proposta do nosso time jogar, do nosso time buscar o jogo, a equipe do CRB propôs um jogo reativo. Nós tivemos os cuidados necessários para que o contra-ataque do CRB não tivesse eficiência. Claro que, com a qualidade dos jogadores deles, alguns contra-ataques encaixaram, mas por ser muito da transição defensiva do meu time na perda da bola. Fica muito difícil circular a bola a todo momento e ter 10 jogadores atrás da linha da bola, para você poder penetrar uma equipe muito bem montada defensivamente pelo Roberto". 

"Mas temos que ressaltar esse ponto, buscamos a todo momento. Tentamos todas as opções. Tentamos o Cassiano, que é um jogador que tem mais presença de área, mais encorpado. Claro que a gente entende que alguns jogadores iam ressentir o ritmo de jogo, mas isso é um risco calculado. Você precisa botar o Apodi, o Carlinhos, o Manga, o Robinho, o próprio Ramires, o Cassiano, dar volume de jogo para eles. A gente tinha esse risco. No final ali, o Apodi sentiu o cansaço, o Carlinhos, o Robinho. A gente precisou escolher quem estava mais inteiro para ir até o final do jogo, porque é um time que teve a bola a todo momento, propôs o jogo a todo momento. Celebrar esse ponto e preparar a equipe para domingo enfrentar o Santa Cruz". 

Cansaço dos reforços

"Cansou os jogadores que estrearam. Qual foi a última partida de 90 minutos do Carlinhos? Do Cassiano? Do Manga? Mas se eu não botar os caras para jogar, os caras não vão ganhar ritmo de jogo, não vão ganhar conjunto. Tirando os jogadores que estrearam, qual foi meu jogador que saiu cansado? Nenhum. Pelo contrário, você pode olhar, estão todos inteiros. Mérito do nosso preparador físico Léo Cupertino. Agora os que estrearam era normal. Volume, ritmo de jogo. Até o próprio Apodi, que já jogou o jogo passado, sentiu no final o cansaço, a perna pesada. Agora só o volume e o tempo vão trazer esse ritmo de jogo para onde eles não possam cansar". 

Gramado

"O gramado estava muito bom. Parabenizar a secretaria. Mais uma vez quero pegar o gancho. A minha sinalização do último jogo foi um alerta, não foi uma crítica. Hoje o gramado estava impecável, estava muito bom para a prática do futebol. Parabenizar a secretária e a secretaria pelo trabalho que fizeram nesta semana. Um gramado a altura das duas equipes que fazem o Clássico das Multidões". 

Sistema defensivo

"Essa dupla Castan e Gerson tomou dois gols na temporada juntos. Contra o Vitória foi Roni e Castan, contra o Dimensão foi Gerson e Roni. Essa dupla, talvez em mais de dez jogos, tomou dois gols. Sistema defensivo bem sólido e olha que eu não tenho um sistema defensivo onde marco lá atrás. Marco pressão alta, linha alta, buscando roubar bola no campo do adversário". 

"Não só nossa dupla de zaga, quanto João Carlos, nossos laterais, o Dawhan, que tem crescido bastante, tem amadurecido. E o Didira, só estou captando a informação que me deram da origem do Didira. Didira tem uma origem de meio-campista, de segundo volante, de terceiro homem de meio-campo. Estamos colocando o Didira nessa posição porque entendemos que ele circula bem o jogo, quebra a linha, é intenso para marcar e para jogar". 

"Estamos muito satisfeitos com o sistema defensivo. Claro que o sistema ofensivo vai crescer de produção quando chegar o Manga, Robinho, Cassiano. Estamos agregando esses jogadores, vão precisar de um pouquinho mais de tempo e conjunto. Talvez daqui a duas, três, quatro partidas estejam da maneira que pretendo. A possibilidade deles crescerem jogo a jogo e pegarem ritmo de jogo, é muito importante. Por isso que precisamos botar os jogadores agora, para quando chegar uma fase aguda da Copa do Nordeste e do Estadual, eles já estejam 100%".