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Capitão de 100 anos que levantou milhões para o sistema britânico de saúde morre com Covid-19

G1 | 02/02/21 - 13h54
Reprodução / Twitter captaintommoore

Sir Tom Moore, o capitão de 100 anos e veterano da Segunda Guerra Mundial que foi o protagonista de uma campanha de arrecadação no início da pandemia para o NHS, o sistema público de saúde do Reino Unido, morreu com Covid-19 e pneumonia nesta terça-feira (2). As informações são do G1. 

Moore havia sido internado no domingo (31), e a informação da sua morte foi confirmada pela Fundação Capitão Moore pelas redes sociais.

Em abril, isolado em sua casa ao norte da cidade de Londres, o capitão britânico gravou um vídeo em que afirmou que daria 100 voltas em seu próprio quintal, com seu andador, se as pessoas doassem dinheiro para o NHS (sistema de saúde que inspirou o SUS).

Ele queria arrecadar mil libras, conseguiu mais de 30 milhões de libras (cerca de R$ 224 milhões, na cotação atual) e acabou condecorado cavalheiro pela rainha Elizabeth II.

Foi o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, quem recomendou esse reconhecimento à monarca. "Será reconhecido por suas extraordinárias realizações de captação de recursos depois de conquistar o coração das pessoas em todo o país", anunciou o governo britânico na época.

"A fantástica arrecadação de fundos do coronel Tom [que depois foi promovido a capitão] quebrou recordes, inspirou todo o país e nos trouxe um raio de luz em meio ao nevoeiro do coronavírus", afirmou Johnson, agradecendo-lhe "em nome de todos os que se comoveram com sua incrível história".

Em seus 100 anos, ele foi homenageado com algumas honras, além do título de cavalheiro: ganhou o voo de dois aviões da Royal Air Force (a aeronáutica britânica) e recebeu 140 mil cartões de aniversário de todo o mundo.

Seu nome foi dado a um trem de alta velocidade, o serviço postal britânico criou um selo especial em sua homenagem e ele foi nomeado membro honorário da equipe de críquete inglesa.

Sir Tom Moore também gravou uma participação em uma canção que se tornou a mais tocada do país — uma versão de "You'll never walk alone" —, lançou uma autobiografia e ajudou a fundar uma instituição de caridade.