Polícia

Caso Beatriz: mais denúncias de violência sexual surgem contra suspeito do crime

Redação TNH1 | 10/08/20 - 14h59
Reprodução / Ja É Notícia

A presidente da Associação AME, Julia Nunes, afirmou nesta segunda-feira (10) que mais três mulheres podem ter sido vítimas do homem conhecido como "Santinho", suspeito de estuprar e matar a menina Ana Beatriz Rodrigues Rocha, de apenas 6 anos, na semana passada, em Maravilha, Sertão de Alagoas. 

Ao TNH1, a advogada, que representa a família de Beatriz, informou que agora também tem a procuração para defender uma segunda vítima e que vai incluir a nova denúncia nos autos do processo contra o suspeito. As outras duas vítimas serão atendidas pela Associação AME nesta terça-feira (11).

"Existem mais três casos. Uma das vítimas disse que não tinha revelado antes por medo. Ele (suspeito) as amarrava, estuprava, violentava e agredia fisicamente", revelou a advogada. As informações colhidas pela Associação apontam ainda que o suspeito abordava as vítimas armado. 

"Descobri, ao me dirigir para a cidade, representando a família, que a criança não era a primeira vítima. Existiam outras mulheres que foram brutalmente violentadas. Inclusive uma que passou mais de 30 dias internada em estado grave, que foi encontrada como se estivesse morta. Hoje ela consegue dizer que foi o 'Santinho' que a amarrou, a agrediu, a estuprou e abandonou. Somente três dias depois, devido a gravidade dos fatos, ela foi encontrada. Hoje a mulher não tem o movimento de um dos braços e tem marcas da agressão física por todo o corpo", relatou Julia Nunes.

A advogada ainda fez um apelo para que se outras mulheres tiverem sido vítimas de violência do mesmo agressor, denunciem. "Peço para que outras mulheres que foram vítimas de violência desse agressor apareçam, porque somente assim a gente vai conseguir que ele passe o maior tempo possível preso. Talvez, se essas mulheres tivessem tido coragem de denunciar antes, hoje a Bia estivesse conosco", disse a advogada ao programa Fique Alerta, da TV Pajuçara/RecordTV

A morte brutal da pequena Ana Beatriz causou revolta e comoção. Sob protestos e pedidos de justiça, o corpo da criança foi sepultado no último sábado (8), em Maravilha. 

A sequência da investigação policial agora tem a perícia criminalística no local do crime e o depoimento de familiares, que serão realizados nesta terça-feira (11), segundo a advogada da família. O delegado Diego Nunes, da Polícia Civil de Maravilha, está à frente da investigação.

Entenda o caso 

A morte de uma criança supostamente vítima de estupro revoltou moradores do município de Maravilha, no Sertão alagoano, na última quinta-feira (06). A população se reuniu e atirou pedras na residência do suspeito de cometer o crime. Militares do 7º Batalhão da Polícia Militar foram acionados para capturar o homem e conter os populares.

Segundo os primeiros levantamentos da polícia, o suspeito teria estuprado e depois assassinado a criança. O corpo da menina foi encontrado com machucados e sinais de estupro, dentro de um saco no telhado da casa do suspeito.

Os moradores usaram pedras e pedaços de madeira para jogar no imóvel onde o homem mora. Eles arremessaram os objetos no muro e no telhado da casa. Os militares precisaram utilizar força policial e chegaram a disparar tiros de borracha para dispersar os populares que, além de se aglomerarem na frente da casa, arremessavam objetos em direção aos policiais que faziam a escolta na frente da residência.