Alagoas

Cedeca pede anulação de depoimentos de PMs envolvidos nas mortes de irmãos no Village

16/05/16 - 13h36
Reprodução / Arquivo Pessoal

O Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cedeca), através do advogado Pedro Montenegro, protocolou na manhã desta segunda-feira (16), junto ao Conselho Estadual de Segurança Pública (Conseg), um pedido de desconstituição dos depoimentos dos policiais envolvidos nas mortes dos adolescentes Josenildo Ferreira e Josivaldo Ferreira, de 16 e 18 anos.

De acordo com o advogado não foi assegurado o principio do contraditório a partir do momento que a defesa das vítimas não teve a mesma oportunidade que os advogados dos policiais envolvidos. 

“Estranhamente nós não fomos comunicados por qualquer meio sobre os novos depoimentos colhidos pelas autoridades policiais, embora eles saibam que deveriam ter nos informados para que a gente pudesse ter a mesma oportunidade que tiveram os advogados dos policias envolvidos, que puderam fazer perguntas, orientar, questionar e esclarecer dúvidas”, disse.

Saiba mais:

Família cobra investigação de morte de jovens em suposto confronto com a PM

Militares investigados pela morte de três pessoas são afastados das ruas

Irmãos mortos por policiais tinham idade mental de 7 e 10 anos, diz tio das vítimas

Mulher diz que pai foi morto por testemunhar assassinato de jovens em ação da PM

O advogado lembrou ainda sobre a gravidade das acusações que foram relacionadas aos adolescentes, que tinham comprovadamente necessidades especiais, e que foram acusados de trocar tiros com os policiais e seriam associados ao tráfico de drogas.

“Nosso interesse é de que haja justiça e que a verdade prevaleça. É um caso gravíssimo de dois adolescentes que foram mortos por funcionários que tem o dever de garantir a vida das pessoas”, disse. 

Entenda o caso

O caso ocorreu no conjunto Village Campestre, na parte alta de Maceió, no dia 25 de março. Segundo a Polícia Militar, Josenildo e Josivaldo foram abordados e teriam reagido, havendo troca de tiros. Dois militares feridos ficaram feridos na ação, e os jovens morreram.

A versão da polícia é contestada pelos familiares dos jovens, que afirmam que durante a abordagem, um deles teria tentado pegar uma carteira de uma associação de deficientes físicos, o que teria sido interpretado pela polícia como tentativa de sacar uma arma.