A Polícia Civil de Alagoas encerrou o inquérito que investigou a chacina de quatro pessoas em Arapiraca. Segundo o delegado Everton Gonçalves, da Delegacia de Homicídios de Arapiraca (DHA), o empresário que confessou os assassinatos teria discutido com os dois homens e executado as outras duas mulheres por terem sido testemunhas.
O crime ocorreu no dia 13 de abril, no Sítio Laranjal, zona rural de Arapiraca, e vitimou Letícia da Silva Santos, Lucas da Silva Santos, Eryk Juan de Lima Silva e Joselene de Souza Santos.
"As mulheres teriam saído com o empresário na noite do acontecido, até o Centro da Cidade. O trio passou por uma agência bancária, onde o empresário sacou dinheiro, depois o trio seguiu até um estabelecimento, no bairro Boa Vista, em que compraram pizza e outros alimentos, e retornaram à Chácara. Ao chegar, continuaram a conversar e, em determinado momento, os dois jovens chegaram até o local. Momento em que se iniciou uma discussão entre o empresário e o jovem identificado como Lucas, que seria esposo de uma das mulheres e irmão da outra".
"O motivo seria, aparentemente, porque Lucas não teria gostado que sua esposa saísse com o empresário até o Centro da cidade. Isso teria desencadeado uma desavença entre as pessoas envolvidas. Por esse motivo acredita-se que o empresário acabou assassinando o Lucas e posteriormente o Erick. As mortes das duas mulheres, acredita-se também aqui na conclusão da investigação, se deu para fins de queima de arquivo. Ou seja, o empresário matou as duas meninas para se livrar das testemunhas em decorrência dos primeiros assassinatos", contou o delegado.
O empresário disse aos policiais que agiu em legítima defesa, mas as autoridades descartam essa hipótese.
"Ele alega legítima defesa. Uma vez que ao retornar à chácara na companhia das meninas, encontrou os dois indivíduos dentro do imóvel e um deles portava arma de fogo, e teria efetuado disparo contra o empresário. Ele então teria reagido a essa investida e atirado no primeiro indivíduo e no segundo, com tiros na cabeça. Uma das mulheres teria ido até a cozinha, se armado com uma faca e partido para cima desse, momento em que ele teria matado a terceira vítima. A quarta vítima, identificada como Letícia, teria o agredido e ele se desvencilhado dela e a executado. É importante destacar que essa versão apresentada pelo suspeito não encontra nenhum respaldo dentro dos elementos coletados", afirmou o delegado.
Os outros dois homens presos em Sergipe, suspeitos de ocultação de cadáver, alegam que foram obrigados, mas a polícia não acredita na versão.
"Os dois jovens foram presos posteriormente e estavam na casa no momento do acontecido, relataram em seus interrogatórios que o crime se tratou de uma verdadeira execução. Os dois jovens estariam rendidos pelo empresário, que portava uma pistola, e teria, após diversos xingamentos e agressões, executado friamente o jovem Lucas e depois o jovem Erick. Em ato contínuo, de maneira rápida, ele atirou também contra as duas meninas. Os dois alegam, o que não tem respaldo e credibilidade, que foram forçados pelo empresário a esconder os corpos, ou seja, participaram da ocultação dos cadáveres porque foram obrigados. A polícia não acredita que seja verdade. Acredita que eles participaram da ocultação dos corpos, mas de maneira voluntária", pontuou Everton Gonçalves.
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Foram solicitadas ao Instituto de Criminalística perícias de comparação balísticas entre as armas do suspeito e os projéteis encontrados nos corpos das vítimas, de modo que, após concluídos, os laudos serão enviados ao Poder Judiciário.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, todas as armas apreendidas com o CAC (Colecionador, Atirador e Caçador) estavam com documentação correta. Apenas um acessório não estava registrado e, por isso, o empresário também responderá na Justiça. Em relação aos animais silvestres apreendidos, o homem não tinha autorização para criar a píton exótica e também será responsabilizado na esfera cabível.
"Será solicitada a manutenção da prisão do empresário, autor confesso dos quatro homicídios. Será solicitada a revogação da prisão dos dois indivíduos que participaram da ocultação dos cadáveres. O fato deles terem sido forçados ou não a participarem e ajudarem a esconder os corpos será melhor instruído no andamento do processo", disse o delegado.
O caso - Na sexta-feira, 19 de abril, um empresário de 38 anos, identificado como Reginaldo da Silva Santana, também conhecido como Giba, foi preso em Arapiraca, após confessar ter assassinado dois homens e duas mulheres. A Justiça decretou a prisão preventiva do empresário no sábado, 20, mesmo dia em que outras duas pessoas ligadas ao caso foram detidas na cidade de Nossa Senhora da Glória, no estado de Sergipe.