Saúde

Cirurgia Metabólica ganha parecer favorável como opção de tratamento de diabetes

20/12/17 - 11h25
Assessoria

Em novembro deste ano, o Conselho Federal de Medicina (CFM) deu parecer favorável a solicitação de inclusão da cirurgia metabólica como opção para o tratamento de pacientes com IMC entre 30 kg/m²e 34,9 kg/m², portadores de diabetes mellitus tipo 2, como procedimento não experimental.

Para o CFM, o procedimento cirúrgico proposto deve passar a ser definido como não experimental, tornando-se opção terapêutica. “É uma grande alegria, para nós cirurgiões, e uma enorme felicidade para milhões de diabéticos que tem IMC dentro desse índice. Agora eles poderão ter mais uma opção de tratamento contra uma doença tão severa”, destacou o cirurgião alagoano, Antônio de Pádua.

Segundo publicação no site do Conselho, a Cirurgia Metabólica será classificada como procedimento de alto risco e complexidade, portanto, deve ser acompanhada por até cinco anos para posicionamento final pelo Pleno do CFM.

Este acompanhamento será feito pela Comissão para Avaliação de Novos Procedimentos em Medicina pela análise da publicação de estudos clínicos e metanálises, considerando a segurança, eficácia e exeqüibilidade do procedimento, especialmente em relação aos desfechos duros e outras complicações, elaborando parecer, quando necessário, para apreciação e deliberação pelo plenário do Conselho Federal de Medicina.

 Obesidade em números

No Brasil, 14,3 milhões de pessoas convive com o Diabetes, o que representa 9% da população. O número de brasileiros diagnosticados com diabetes cresceu 61,8% nos últimos 10 anos, passando de 5,5% da população em 2006 para 8,9% em 2016. Os dados são da última pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), divulgada em abril de 2017 pelo Ministério da Saúde.

Diferente das operações bariátricas, indicadas quando o indivíduo tem problemas secundários relacionados ao ganho de peso como doenças de coluna e articulares, refluxo gastro esofageano e incontinência urinária dentre outros, mas não possui outros problemas metabólicos como o diabetes e a hipertensão, a metabólica é aplicada para a melhora dos componentes da síndrome metabólica – pressão, glicemia e colesterol – independente do Índice de Massa Corpórea (IMC) do paciente.

“O foco da cirurgia metabólica não é o peso, mas o controle de doenças como a diabetes tipo 2. O paciente, após o procedimento, pode sair do hospital sem precisar tomar insulina, por exemplo. Tudo vai depender de como seu corpo reage a cirurgia. Mas a melhora no estado geral é quase que imediata”, explica o médico.

No início de dezembro, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) promoveu a transmissão ao vivo e interativa sobre temas relacionados ao tratamento da obesidade mórbida, o Barilive, para discutir a Cirurgia Metabólica no tratamento de Diabetes Tipo 2.

Na abertura foram apresentados resultados de um recente estudo, realizado com pacientes que fizeram a cirurgia há mais de cinco anos, mostrando que 80% conseguiram a remissão do diabetes tipo 2 após o procedimento.

Conforme o parecer do CFM, para a realização do procedimento também são necessários: idade mínima de 30 anos e máxima de 70 anos, ter menos de dez anos de diabetes e que o paciente não responda ao tratamento clínico com medicamentos e mudança de estilo de vida.