Cirurgias são suspensas e médicos residentes param no Hospital Universitário

Publicado em 24/09/2015, às 11h52
Imagem Cirurgias são suspensas e médicos residentes param no Hospital Universitário

Por Redação

Médicos residentes foram recebidos pelo diretor do HU, Paulo Teixeira (centro) (Crédito: Cortesia)

Médicos residentes foram recebidos pelo diretor do HU, Paulo Teixeira (centro) (Crédito: Cortesia)

Depois da suspensão das cirurgias eletivas no Hospital Universitário da Ufal, em Maceió, desde essa quarta-feira (23), hoje o atendimento ficou ainda mais prejudicado pela paralisação dos médicos residentes da unidade de saúde. Eles pararam as atividades às 10h e só retomam às 7h de amanhã.

Os médicos participam de um movimento nacional, encabeçado pela Associação Nacional de Médicos Residentes, que denuncia a falta de recursos públicos para financiar a compra de materiais básicos usados nos procedimentos dentro dos hospitais.

Atualmente, os profissionais reclamam da falta de luvas e de medicamentos básicos, como a dipirona. Eles cobram maior fiscalização das residências já existentes e mais critério para novas aberturas.

O movimento recebeu apoio do HU e da Santa Casa de Maceió. “O Governo quer abrir mais residências sem, necessariamente, zelar pela qualidade do serviço já existente”, reclama a médica residente em ginecologia e obstetrícia, Avha Clarice Soares.

O grupo foi recebido nesta manhã pelo diretor do hospital, Paulo Teixera, e ele teria apontado a falta de repasse de recursos por parte do Ministério da Saúde e por órgãos estaduais e municipais para o HU. Com isso, dívidas não estariam sendo pagas e os fornecedores deixam de entregar os insumos.

Cirurgias suspensas

Procurado pela reportagem, o HU se pronunciou por meio da assessoria de imprensa informando que há, mesmo, uma crise de desabastecimento de medicamentos, insumos e material médico-cirúrgico desde o início do ano.

Com isso, a direção decidiu suspender todas as cirurgias (pequeno, médio e grande porte) na instituição, além dos internamentos de pacientes da clínica médica e pediátrica e o registro de novos pacientes na oncologia.

Os serviços ambulatoriais que demandem procedimentos cirúrgicos também foram suspensos temporariamente, assim como o atendimento na hematologia, que, a partir de avaliação médica, terá de encaminhar o paciente para outros serviços da rede SUS.

Segundo o gerente de Atenção à Saúde, Sebastião Praxedes dos Reis Pinto,  a crise no abastecimento do hospital foi gerada, principalmente, pela não descentralização dos recursos financeiros do Rehuf pelo Ministério da Saúde, uma prática que afetou todos os hospitais universitários administrados pela Ebserh.

Praxedes explica que não foram repassadas nenhuma parcela do Rehuf, em torno de R$ 1,2 milhão mensal, ao hospital universitário de Alagoas neste segundo semestre. O Ministério da Saúde também não publicou a nova contratualização dos serviços do HU com o município de Maceió, resultando uma perda de mais de R$ 750 mil por mês.


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