Alagoas

Cloroquina: 'como estamos em guerra, se permitiu o 'uso por misericórdia'. diz infectologista

TNH1 com TV Pajuçara | 22/05/20 - 16h34

Na quarta-feira, 20, o Ministério da Saúde publicou as recomendações  para o tratamento precoce com cloroquina e hidroxicloroquina, de pacientes com COVID-19, no Sistema Único da Saúde (SUS). Para esclarecer o assunto, ainda cheio de polêmicas, o Cidade Alerta Alagoas, da TV Pajuçara, ouviu o médico infectologista, Fernando Maia. 

Maia é claro e afirma que o protocolo "nem obriga nem proíbe o tratamento" com o medicamento, e observa que em Alagoas se seguem as orientações da Sociedade Brasileira de Infectologia.

"Importante dizer que o protocolo não obriga e nem proíbe o tratamento. Apenas deixa a critério do médico assistente que tenha a liberdade de prescrever se achar necessário. A Sociedade Alagoana de Infectologia, seguindo a orientação da Sociedade Brasileira, não tem recomendado o tratamento para todo mundo, por um motivo só: a gente não tem ainda dados definitivos, robustos, de que a droga efetivamente funciona", ponderou.

'Uso por misericórdia" 

O especislista é taxativo ao dizer que estamos numa situação semelhante à guerra, e diante disso, o Conselho de Medicina permitiu o uso do medicamento em casos extremos, o chamado "uso por misericórdia".

"A gente não tem resultados definitivos ainda se a droga funciona ou não. Mas estamos em guerra. As pessoas estão morrendo agora, hoje. Por conta da situação de gravidade da pandemia, o Conselho de Medicina permitiu o chamado uso por misericórdia. Por exemplo, você não tem mais o que fazer, o paciente vai morrer, você tenta alguma coisa. É nesse sentido que estamos fazendo a Cloroquina, como outros drogas também. Mas ainda não há estudos definitivos. Temos que aguardar o desenrolar dos estudos para podermos ter essa ideia com um pouco mais de clareza", explica o médico.

Alerta para o riscos

Na entrevista, Fernando Pedrosa alerta ainda para os riscos da automedicação, que no caso da cloroquina pode causar sérios problemas para pessoas com problemas cardíacos, por exemplo.  

"A Cloroquina basicamente não pode ser utilizada por pessoas que tenham algum tipo de arritmia cardíaca, algum tipo de doença do coração. Pessoas que já têm arritmia, a Cloroquina pode piorar e pode causar até morte por fibrilação. Por isso que é muito importante: ninguém deve fazer automedicação. Para usar Cloroquina com segurança, a pessoa precisa passar por atendimento médico", alerta.

"Têm pessoas que não vão poder usar Cloroquina, mesmo tendo indicação não vão poder usar por questão clínica própria. É muito importante não fazer automedicação. É importante que todo mundo seja examinado pelo seu médico para que o médico possa dizer exatamente se a pessoa pode e deve tomar ou não.Não tome Cloroquina e qualquer dessas medicações sem receita médica, porque você pode estar tomando uma droga que pode lhe fazer mal e pode até lhe matar inclusive", alerta.  

Assista à entrevista ao repórter Bruno Protásio, na íntegra: