Saúde

Com números diferentes do Estado, Ministério divulga dados sobre microcefalia em Alagoas

24/11/15 - 11h59

 (Crédito: Imagem ilustrativa)

(Crédito: Imagem ilustrativa)

O Brasil registrou até agora 520 casos suspeitos de microcefalia. Os nascimentos ocorreram em 160 municípios, distribuídos em nove Estados do Brasil. Os casos ultrapassaram a barreira do Nordeste e chegam agora ao Centro-Oeste. O maior número de notificações foi feito em Pernambuco: 268 registros. Em seguida está a Paraíba (com 96), Sergipe (54), Rio Grande do Norte (47), Piauí (27), Alagoas (10), Ceará (9), Bahia (8) e Goiás (1).

O número do Ministério da Saúde referente a Alagoas difere do que foi divulgado ontem pela Secretaria de Estado da Saúde, que apontou 18 casos no ano. O TNH1 procurou a Sesau para saber por que houve a divergência e a pasta informou que os dados que divulgou são do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos, alimentado pelos municípios.

O MS também foi procurado, mas, por telefone, a reportagem foi informada que parte dos assessores ainda estaria na coletiva do ministro da Saúde, Marcelo Castro, e outra parte, em horário de almoço.

CASOS DE MICROCEFALIA EM INVESTIGAÇÃO



ESTADO



N° DE CASOS/2015



PERNAMBUCO



268



PARAÍBA



96



SERGIPE



54



RIO GRANDE DO NORTE



47



PIAUÍ



27



ALAGOAS



10



CEARÁ



9



BAHIA



8



GOIÁS



1



"Além da dengue, que mata, e da chikungunya, que aleija, temos agora o problema da zika, que causa microcefalia. É um problema de dimensões muito grande para a gente enfrentar", disse o ministro da Saúde, Marcelo Castro. 


O ministro observou que medidas estão sendo adotadas e citou como exemplo a reativação de um grupo especial, criado pela primeira vez no enfrentamento da pandemia de gripe A. Formado por 17 ministérios, o grupo pretende traçar estratégias para combater o mosquito vetor das três doenças, o Aedes aegypit. "Como estamos vivendo um caso inédito, temos de criar nossas alternativas. Não há absolutamente nada na literatura internacional, daí a necessidade de se experimentar tecnologias novas."


Entre as alternativas estudadas está a adoção de mosquito transgênico e o uso de mosquito infectado por uma bactéria, a Wolbachia. Embora promissoras, o ministro observa que tais iniciativas não estão disponíveis imediatamente. "Será que haveria mosquitos transgênicos suficientes para usar no País? Será que seria possível usá-lo? Não temos essas respostas agora" completou. Ele lembrou ainda das pesquisas para desenvolvimento de uma vacina contra dengue. "Estamos com um problemão para resolver.


Terá de ser resolvido por todos juntos, governo federal, estaduais, municipais e toda população", disse o ministro. "Temos de ter a compreensão do drama humano que estamos enfrentando."


Dengue e chikunguya


O ministério apresentou também os números de dengue e chikungunya. Até a 45ª semana do ano, foram contabilizados 1.534.932 casos de dengue, 7% a mais do que havia sido registrado em 2013. O número de casos graves também subiu no período, alcançando 1.488 pacientes. Ao todo, foram 811 mortes. A chikungunya também aumentou de forma expressiva. Foram confirmados até agora 6.724 casos, com outros 8.926 em investigação.


"Estamos diante do desconhecido", disse o secretário de Vigilância em Saúde, Antonio Carlos Nardi. O secretário apresentou os resultados do Levantamento de Infestação Rápida de Aedes aegypti, uma ferramenta usada pelas autoridades sanitárias para nortear as ações de controle do vetor, concentrando esforços em regiões onde há maior número de criadouros do mosquito. Este ano, o trabalho foi feito em 1.792 municípios.



Fonte: Com Agência Estado