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Como é a rotina da presidiária Flordelis na cadeia em Bangu

Metrpopoles | 31/08/21 - 14h37
Fernando Frazão / Agência Brasil

O “confere”, como é chamada a contagem de presos na cadeia, no Instituto Penal Talavera Bruce, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, começa entre 7h e 8h da manhã. Perfiladas como uma tropa, as companheiras de prisão, incluindo a ex-deputada federal Flordelis dos Santos Souza, passam pela revista na cela. A ex-parlamentar foi presa na sexta-feira (13/8) acusada da morte do marido, o pastor Anderson do Carmo, em 2019. Ela nega, mas por ordem da Justiça vai para o banco dos réus com mais nove acusados e será submetida a júri popular.

Cassada na Câmara dos Deputados, ela passou da rotina de viagens Rio-Brasília à vida de presidiária. No dia a dia, Flordelis sai de sua cela muito para ir à biblioteca onde gosta de passar as horas, além da Bíblia que carrega, a procura por livros religiosos. Para conseguir dormir, ela utiliza medicamentes prescritos por médico. Na cadeia são servidas quatro refeições, mas familiares também podem levar comida, que também passam por revista. Flordelis já pediu à família itens de higiene pessoal, como escova de dente, e biscoito Maria.

O presídio serve quatro refeições, por dia. No café da manhã, geralmente pão com manteiga. Para almoço e jantar, há sempre feijão e arroz, com uma proteína, frango ou carne, e salada, além de lanche. O Metrópoles apurou que Flordelis se alimenta pouco, hábito que já era mantido fora da cadeia. A defesa de Flordelis aguarda o julgamento de um pedido para retirar a juíza Nearis Arce, acusada pela defesa de ser imparcial, que será julgado pela 2ª Câmara Criminal nesta terça-feira (31/8).

Mandante de assassinato

Flordelis foi denunciada pelo Ministério Público por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio duplamente qualificado, falsidade ideológica, uso de documento falso e organização criminosa. Ela nega os crimes. O processo que tem quase 30 mil páginas é recheado de revelações sobre casos extraconjugais, uso de remédio na comida para dopar Anderson e ódio entre os familiares.

Um dos depoimentos mais importantes é de Simone dos Santos Rodrigues, filha biológica da ex-deputada. Em janeiro, ela confessou ter jogado os celulares da mãe, do irmão Flávio dos Santos e do pastor Anderson no mar após o crime. Simone revelou ainda que sofria com as investidas sexuais do pastor.