Curiosidades

Como saber se o seu cãozinho tem Alzheimer?

Folha Press | 03/06/19 - 21h02
Pixabay

Assim como acontece com os humanos, os pets sentem os efeitos da idade avançada. O animal pode dormir mais, brincar menos e ter sintomas de doenças como o chamado Alzheimer canino.


Para investigar como o comportamento dos cães muda com a idade e com que idade aparecem os sintomas do envelhecimento, um grupo da Eötvös Loránd University, da Hungria, coletou dados com tutores sobre mais de 15.000 cães, em 56 países.


No Brasil, a pesquisa contou com participação do zootecnista e especialista em comportamento animal Alexandre Rossi, e a amostra envolve 4.417 cães, de diferentes idades e raças.


Nesse recorte brasileiro, os tutores que responderam a perguntas em rede social consideram que os cães envelhecem por volta dos 8 anos -o que vai ao acordo da literatura. É nessa idade também que são percebidos os sintomas da Síndrome da Disfunção Cognitiva Canina, conhecida como o Alzheimer canino.


A doença, degenerativa, afeta idosos e provoca desorientação, mudanças no ciclo do sono, mudanças no comportamento social e problemas de memória, entre outros sintomas.


Para Rossi, estudar o assunto é importante para, além de entender a longevidade, dar indicativos para o bem-estar dos animais. "Hoje em dia, uma das coisas que as pessoas mais querem é que os bichos vivam mais, que eles tenham uma qualidade de vida."


O Alzheimer canino se assemelha à doença que atinge idosos humanos, afetando memória e cognição. De acordo com a pesquisa, há relação com o porte do animal: cães de porte mini mostram um aumento mais gradual com a idade do que os cães de grande porte.


O QUE FAZER

Medicamentos podem amenizar os sintomas. Mas, segundo o especialista, algumas medidas podem ser adotadas para garantir o bem-estar do animal.


Alguns cachorros podem ter uma espécie de apagão e ficar desorientados -não conseguir sair de uma varanda ou cair em uma piscina são riscos, por exemplo. Nesse caso, é importante que o local conte com um telas e proteção.


Tapetes higiênicos espalhados pela casa podem ajudar o peludinho que se perde na hora de fazer as necessidades. E facilitar o acesso à água é fundamental para que o animal não esqueça de se hidratar.


Rossi afirma que é possível associar cheiros a lugares para localizar o animal. Etiquetas com diferentes óleos essenciais podem ser deixados perto da água ou comida para traçar um mapa de olfato para o animal desorientado -ou cego.


Carpetes antiderrapantes também são opção para deixar o pet mais seguro.Para o especialista, outro sinal que mostra que o animal está ficando velho é o desinteresse pela brincadeira.


"No jovem, o que fica mais evidente é a brincadeira. Essa pesquisa mostrou o jeito de a gente ver o bem-estar do envelhecimento do cão. Provavelmente ele deve parar de brincar porque está mais velho , talvez esteja com mais dor, menos energia", diz. "Muda também a aprendizagem, a motivação. Tudo tende a diminuir. Fica um cachorro menos ativo, reage menos, não quer brincar tanto, não interage tanto com estranhos."

CURIOSIDADES

A partir desse extrato brasileiro da pesquisa, foi feito um levantamento das dez raças mais presentes nos lares e dos nomes mais comuns, de acordo com o público que participou do questionário.

Confira:
Nomes:
1 - Mel
2 - Nina
3 - Belinha
4 - Meg
5 - Luna
6 - Thor
7 - Billy
8 - Bob
9 - Pingo
10 - Lola, Nick (empate)

Raças:
1 - poodle miniatura
2 - yorkshire terrier
3 - lhasa apso
4 - shih tzu
5 - dachshund
6 - pinscher miniatura
7 - labrador retriever
8 - poodle grande
9 - cocker spaniel inglês
10 - maltês

Entre os tutores que responderam às perguntas, o recorte feito pelo especialista aponta que a maioria (43%) tem fêmeas castradas; machos castrados são 24%.
A grande maioria dos animais (68%) vive dentro de casa ou apartamento; 15% é mantido em jardim ou canil, e 17% dos pets passam o mesmo tempo dentro e fora de casa.
Ainda segundo a pesquisa, 42% dos tutores responderam que os cães têm uma rotina diária, mas que não é muito rígida; 25% disseram que "talvez para uma ou dias atividades", 20% afirmaram que a maioria das atividades diárias são agendadas e 13% disseram que o pet não segue uma rotina.