A delegada Luci Mônica, que ouviu e depois autuou, por exercício ilegal da profissão, a falsa médica que atendia no bairro de Jatiúca, em Maceió, informou, em entrevista ao programa Cidade AL, da TV Pajuçara/Record, que as vítimas que foram atendidas pela mulher podem procurar o 2º Distrito Policial para a formalização da denúncia. A suspeita foi de que a falsa nutróloga cobrava uma quantia em dinheiro por consultas e também apresentava conteúdo digital, como dicas de emagrecimento, nas redes sociais.
Ao repórter Leandro Santiago, Luci Mônica destacou que a investigação foi iniciada depois da denúncia do Conselho Regional de Medicina (CRM). "O Conselho Regional de Medicina fez uma denúncia para a gente do 2º Distrito Policial, e informou que havia uma falsa médica atuando como nutróloga e oncologista. A partir daí, iniciamos a investigação e hoje a cidadã foi trazida para a nossa delegacia, juntamente com o presidente do Conselho, e pedimos que ela comprovasse, se médica fosse, mostrasse o registro, o diploma, e na oportunidade pedi para mostrar até uma foto se tinha se formado, de formatura, mas ela não conseguiu mostrar absolutamente nada", afirmou.
"Ela deu um número de registro dizendo que era médica formada pelo Rio Grande do Sul. Mas consultamos o Conselho de lá, e ele negou por escrito. Com essas evidências todas e pela impossibilidade dela de nos mostrar naquele momento o registro, nós autuamos ela no TCO por exercício ilegal da Medicina", continuou Mônica.
A delegada reforçou que os pacientes da falsa médica podem procurar a delegacia para que os depoimentos deles sejam colhidos e depois inseridos na investigação. "As vítimas, a partir desse momento, podem procurar a delegacia, e o Conselho Regional de Medicina também, e vamos tomar as providências".
O exercício ilegal de Medicina, caso seja voluntário, sem cobrança de qualquer valor, é passível de prisão de até dois anos. Se for visando lucro, é passível de prisão e de multa.
Veja a nota do CRM:
"A polícia civil, deteve em flagrante na manhã desta quarta-feira (10) uma suposta falsa médica. A ação ocorreu após denúncia do Conselho Regional de Medicina do Estado de Alagoas (Cremal), que checou a veracidade de seu suposto registro profissional em todos os conselhos do país, não encontrando nenhum registro de inscrição médica, em território nacional.
Portadora das iniciais H. O., utilizava um número de CRM falso e atendia pacientes como médica nutróloga, no empresarial Harmony Medical Center, no bairro da Jatiúca. Em suas redes sociais, dava dicas de emagrecimento saudável e diversas doenças. No consultório foram apreendidos receituários, carimbo e solicitações de exames, a suposta falsa médica cometia o crime pelo menos há um ano. Em seu depoimento, a acusada informou que seu registro era do Rio Grande do Sul, informação checada e atestada como falsa. Ela segue prestando esclarecimentos e será indiciada por exercício ilegal da medicina.
A ação do Cremal foi fundamental para que a suposta falsa médica fosse descoberta. “Recebemos algumas denúncias e iniciamos a checagem dos dados, fizemos uma verdadeira varredura por todos os conselhos de medicina do país, onde verificamos a inexistência desse registro profissional. Queremos agradecer e parabenizar a atuação da polícia civil alagoana, na figura da delegada do 2° Distrito Policial, Dra. Luci Mônica, que nos atendeu de pronto com toda sua equipe, sendo possível interromper a atuação ilegítima da medicina em nosso estado”, afirma Dr. Benício Bulhões. “Continuaremos vigilantes para que a sociedade seja protegida desses indivíduos que colocam a vida de inúmeras pessoas em risco. Esse é um dos papeis do Conselho de Medicina”, complementa o presidente.
Com o flagrante, a acusada será indiciada, respondendo o processo em liberdade. O consultório onde recebia pacientes foi fechado pela polícia. O Cremal seguirá colaborando com as investigações"
