Saúde

Dengue pode ser mais perigosa para pessoas obesas

04/05/16 - 11h02
Reprodução

A obesidade pode ser considerada um fator de risco em pacientes picados pelo mosquito Aedes Aegypti. Isso porque o excesso de peso quase sempre agrega outras condições de saúde que potencializam os danos de qualquer infecção como, exemplo, a pressão alta, o colesterol desequilibrado e as alterações no funcionamento do coração 

Este quadro clínico pode agravar os sintomas da dengue, Zika e Chikungunya que são a desidratação e a dificuldade na circulação do sangue.

"O risco de o paciente entrar em choque é maior nestas condições. Por isso, os médicos que recebem os cardíacos e os obesos mórbidos com suspeita de dengue precisam ficar alertas", afirma o especialista em obesidade, cirurgião Caetano Marchesini 

AGRAVANTES

Segundo informações do Ministério da Saúde, o maior número de óbitos por dengue no Brasil está entre os pacientes que possuem alguma doença pré-existente. A dengue pode agravar doenças como hipertensão, diabetes, problemas cardíacos e respiratórios pelo fato de que propicia uma baixa da defesa do organismo em sua fase mais crítica.

Segundo Marchesini, pessoas que possuem doenças pré-existentes devem procurar imediatamente um médico ao identificar qualquer sintoma da dengue, Zika e Chikungunya entre eles, febre, dores no corpo, nos olhos e nas articulações. "No caso de pacientes hipertensos contraírem a dengue, é necessária hidratação com controle rigoroso da pressão arterial", reforça o cirurgião.

A médica e clínica geral, Mirella Massolo, explica que vítimas da dengue - doença transmitida por mosquito e que pode ser letal - sofrem da chamada permeabilidade vascular, em que há vazamento dos vasos sanguíneos para os tecidos adjacentes, provocando dificuldades respiratórias e complicações em órgãos vitais, como cérebro, fígado e rins.

Esses sintomas em indivíduos com sobrepeso indicam maior risco. "Alguns estudos indicam que em pessoas com índice de massa corporal elevado, seus capilares são intrinsecamente mais propensos a vazarem, o que é agravado numa infecção por dengue", enfatiza Mirella.
Ela reforça a importância do acompanhamento periódico e da dosagem de medicamentos para doenças pré-existentes. "É uma recomendação fundamental, assim como evitar a automedicação, especialmente, o uso de anti-inflamatórios e procurar o médico assim que constatar sintomas das doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti", finaliza Mirella.

Para evitar a dengue o ideal é combater os focos de acúmulo de água e locais propícios para reprodução do mosquito transmissor, usar repelentes e roupas que evitem exposição de pele e evitar lugares conhecidos como áreas endêmicas.

EPIDEMIA

O número de casos de dengue no Brasil este ano já é 52,3% maior do que o do mesmo período de 2015, ano que teve a maior epidemia de dengue da história do país. Nas primeiras oito semanas do ano, houve 396.582 casos prováveis de dengue, segundo o boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde. Até hoje, segundo o Instituto Pasteur, já foram registrados, 1,5 milhão de casos no Brasil, principal foco da epidemia. 

O Aedes é um mosquito que atua somente durante o dia. Seus ovos são muito resistentes, sobrevivendo vários meses num local seco. A chegada de água propicia a incubação dos ovos, que rapidamente se transformam em larvas que dão origem às pupas, das quais surge o adulto 

Sintomas da dengue são de início os comuns de uma virose e que piora: febre por vários dias, dores de cabeça, dor atrás dos olhos, dores musculares, dores nas juntas, prostração e vermelhidão no corpo. A forma hemorrágica se inicia igual a dengue clássica e depois de alguns dias, piora com hemorragias nasais, gengivais, urinárias, gastrointestinais ou uterinas levando ao risco de choque e até a morte, por queda acentuada das plaquetas e inflamação dos vasos sanguíneos.