Deolane Bezerra e Solange Bezerra voltaram para São Paulo nesta quarta-feira, 25, após deixarem prisão em Pernambuco. Mãe e filha chegaram a cidade a bordo de um jatinho particular. A influenciadora e advogada compartilhou uma foto dentro da aeronave e a mãe na porta do jatinho: "Enfim em casa", escreveu Solange.
Antes de embarcarem, Deolane Bezerra se apresentou no Fórum Rodolfo Aureliano, no Recife, para assinar os papéis referentes à soltura da prisão. Deolane deixou o presídio em Buíque, no Agreste de Pernambuco, no início da tarde da última terça-feira, 24, assim como a mãe. Elas foram soltas após decisão do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), que beneficiou todos os 18 investigados da Operação Integration. De acordo com a publicação, o jatinho não tem permissão da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para operar como táxi aéreo.
Deolane Bezerra e sua mãe, Solange Bezerra, estão soltas, mas ainda são alvo da polícia civil de Pernambuco e do Ministério Público, pelo crime de lavagem de dinheiro através de jogos de azar. Pouca gente, porém, entendeu até agora os motivos que levaram a mãe da advogada à prisão, já que, diretamente, ela não é uma garota-propaganda das bets, empresas de apostas, citadas na Operação Integration, cujo inquérito o EXTRA teve acesso na íntegra.
Acontece que, além de sua conta bancária pessoa física e as de suas empresas, Deolane recebia e emitia altos valores através de uma conta no nome da mãe, aberta há menos de dois anos numa agência do Bradesco, em São Paulo.
Com renda mensal declarada de R$ 10 mil e sem registro profissional, Solange chamou atenção do banco quando suas transações ultrapassaram em muito essa quantia. Sócia de uma empresa de vestuário e outra de cobrança, ela passou a ser monitorada pelo Sistema de Prevenção e Combate à Lavagem de Dinheiro por conta das "movimentações atípicas no mês de dezembro", apenas 30 dias depois de abrir sua conta.
Entre 01/12/2022 a 21/01/2023, ela recebeu R$ 478.973,61, sendo 7 transações dela para ela mesma, no valor total de R$ 109 mil, e o restante da Pay Brokers Cobrança e Serviço, em sua maioria. Solange debitou da conta, em poucos dias, R$ 475.854,45. A maior parte deste montante justamente "devolvida" para a Pay Brokers Cobrança e Serviço, pertencente a Darwin Filho, dono da Esporte da Sorte, um dos investigados no esquema, e contratante de Deolane como garota-propaganda de seus joguinhos.
A conta de Solange no banco foi fechada após a conclusão de improbidade. Assim como a do neto, de apenas 17 anos. O menor, que completa 18 anos em novembro, aparece no inquérito policial, como um dos laranjas usados no esquema de Deolane para lavar o dinheiro ilegal.
Também foi feito pela COAF um relatório sobre o jovem, pelas mesmas movimentações suspeitas, já que como renda declarada ele tinha mensalmente R$ 2.033,29, o que não ampara os créditos recebidos por ela em seis meses: R$ 1.393.959,84.
"SUSPEIÇÃO: Chama atenção a incompatibilidade entre a renda mensal e o volume transacionado a crédito no período analisado, o que pode indicar que cliente tenha parte de sua movimentação na informalidade e/ou recursos transacionados sejam provenientes de atividades não declaradas. Cabe observar que ocorreram transações expressivas com sua avó SOLANGE ALVES BEZERRA SANTOS sem justificativa aparente, adicional às mídias desabonadoras para sua mãe", diz o órgão.