Polícia

Deputada Thaise Guedes é indiciada 25 vezes pela PF suspeita de desvio de verba pública

Outros deputados são investigados pelo mesmo crime; rombo pode chegar a R$ 15 milhões

26/10/17 - 07h32
Ascom / ALE

A deputada estadual Thaise Guedes (PMDB) prestou depoimento na sede da Polícia Federal de Alagoas, no bairro do Jaraguá, nessa quarta-feira (25), para prestar esclarecimentos sobre um possível esquema de desvio de verba pública da Assembleia Legislativa do Estado (ALE) entre os anos de 2010 e 2013. Ela foi indiciada 25 vezes pelo mesmo crime: peculato.

O delegado Bernardo Gonçalves, superintendente da PF em Alagoas, explicou durante entrevista a uma emissora de TV que foram encontradas ligações entre o gabinete da deputada e servidores “fantasmas”, que receberam indevidamente valores que somam R$ 220 mil durante o período investigado. O prejuízo aos cofres públicos pode chegar a R$ 15 milhões. 

Uma das servidoras, que é beneficiária do programa Bolsa Família, recebeu 13 salários, que totalizaram R$ 140 mil. Outros dois servidores receberam R$ 80 mil a mais do que os valores devidos pelo Legislativo. Além dela, outros parlamentares são investigados por desvios que podem ter provocado um prejuízo de até R$ 15 milhões aos cofres públicos.

A servidora que recebeu indevidamente R$ 140 mil informou à PF que não teve acesso ao dinheiro e que, antes do período indicado, entregou documentos para a deputada com o objetivo de que ela distribuísse currículos no comércio.

"Após o indiciamento, nós encaminharemos o inquérito para o Ministério Público e caberá ao Procurador Geral de Justiça oferecer a denúncia”, explicou o delegado Bernardo.

A assessoria de comunicação de Thaise Guedes informou que a deputada irá se pronunciar posteriormente, por meio de uma nota, após seus advogados analisarem a denúncia.

O crime de peculato é caracterizado pela apropriação por parte de funcionário público de bem ou vantagem em função do cargo que ocupa. A pena prevista é de 2 a 12 anos.

Através de nota, a assessoria de comunicação da deputada informou que ele esteve na sede da PF para prestar esclarecimentos de forma espontânea e dispensando o uso da sua prerrogativa de parlamentar.

"No que diz respeito à investigação citada, destaco que fui prestar esclarecimentos na Superintendência da Polícia Federal, espontaneamente, sem qualquer intimação - e dispensando o uso da minha prerrogativa parlamentar, que me possibilita ser ouvida em data, local e hora a ser definido. Informo ainda, que tudo será devidamente esclarecido no decorrer da investigação", diz um trecho da nota.