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Em depoimento, mototaxista diz que idoso estava vivo quando entrou em carro de aplicativo

Extra | 18/04/24 - 09h13
Érika de Souza Vieira Nunes chegou ao banco com Paulo Roberto Braga, de 68 anos, numa cadeira de rodas. | Foto: Reprodução

Em depoimento à polícia, um mototaxista afirmou que Paulo Roberto Braga, de 68 anos, estava vivo ao entrar em carro de aplicativo na Vila Aliança, onde morava, na terça-feira. O rapaz afirmou que Érika de Souza Vieira Nunes, de 42 anos, que vivia com o idoso, pediu para que ele a ajudasse a colocá-lo no veículo por volta de 12h20. Naquele momento, o mototaxista, ao segurar Paulo, teria percebido a respiração dele e constatado que ele tinha força nas mãos.

O mototaxista narrou que estava no ponto de táxi, quando Érika o procurou. Ele foi com ela até a casa onde Paulo estava e o viu deitado na cama, pegando o pelos braços e o colocando, com ajuda da mulher, no banco do carona do carro de aplicativo, que já estava no local. Foi nesse trajeto que ele teria sentido a respiração e a força nas mãos de Paulo, que teria até segurado na porta do veículo quando entrou.

Relembre o caso - Segundo o exame de necropsia, produzido pelo IML, Paulo Robertomorreu entre 11h30 e 14h30 de terça-feira — às 15h, o Samu confirmou o óbito. O idoso foi levado, neste dia, por Érika para retirar um empréstimo de R$ 17 mil de uma agência bancária em Bangu, onde, aparentemente, ele já teria chegado sem vida. A causa da morte, segundo o documento, foi broncoaspiração do conteúdo estomacal e falência cardíaca.

Érika de Souza Vieira Nunes chegou ao banco com Paulo Roberto Braga, de 68 anos, numa cadeira de rodas. Funcionários desconfiaram quando viram que o homem não reagia e acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que constatou o óbito do homem às 15h — às 15h20, a polícia foi acionada.

— Os fatos não aconteceram como foram narrados. O Paulo chegou à agência bancária vivo. Existem testemunhas que no momento oportuno serão ouvidas. Ele começou a passar mal e depois teve todos esses trâmites. Tudo isso vai ser esclarecido. Acreditamos na inocência da senhora Érika — disse a advogada Ana Carla de Souza Correa, que defende a suspeita.

Em depoimento, Érika contou que era sobrinha do idoso. A tentativa de fazer com que ele assinasse o documento de liberação do empréstimo foi gravada por funcionários do banco que, desde o início, desconfiaram da situação. No vídeo, é possível perceber que Érika segura a cabeça de Paulo Roberto e diz: “Assina para não me dar mais dor de cabeça, ter que ir no cartório. Eu não aguento mais”.

Enquanto isso, os funcionários do banco afirma que algo de errado está acontecendo com o idoso. “Eu acho que ele não está legal, não está bem, não", diz uma atendente.