Política

Em SP, Dilma volta a afirmar que governo Temer quer "acabar com o SUS"

09/07/16 - 18h23
Estadão Conteúdo


A presidente afastada Dilma Rousseff reuniu cerca de 3 mil pessoas na região central de São Paulo durante ato na tarde desta sexta-feira (8) – segundos os cálculos dos organizadores. Durante seu discurso, que durou cerca de 30 minutos, Dilma não poupou críticas ao governo do presidente em exerício, Michel Temer, a quem voltou a chamar de "golpista".

Além de atacar a falta de representatividade nos ministérios – em suas palavras, compostos por “homens brancos e ricos” – Dilma chamou atenção para os cortes de gastos na saúde anunciados por Temer. “O Ministério da Saúde agora quer vender planos para atender os mais pobres. Ou seja, quer colocar fim ao Sistema Único de Saúde (SUS)”.

Cortes em programas educacionais, como a redução de vagas no Pronatec, também foram lembrados no discurso. “O País precisa de educação para garantir que a distribuição de renda que conquistamos nos últimos 13 anos seja perene e continue sendo ampliada. Precisamos de educação, também, para garantir o desenvolvimento da economia a longo prazo”, reforçou.

A participação de Dilma no evento “Mulheres com Dilma em Defesa da Democracia”, organizado pela Frente Brasil Popular, ocorreu logo após a petista visitar um condomínio do programa Minha Casa Minha vida em Taboão da Serra, na região metropolitana, na tarde desta sexta-feira.

A presidente afastada dirigiu sua fala especialmente aos movimentos feministas presentes no ato. “Mulher pode e deve ser presidente. Pode e deve, também, ser ministra. Pode e deve ocupar a política”, declarou.

Às mulheres, ela disse ainda que pretende continuar lutando por direitos iguais “enquanto estiver viva” e relembrou sua trajetória de vida, desde a prisão na ditadura militar até a presidência e o processo de impeachment. Ela voltou a negar crime de responsabilidade e disse se considerar vítima de manobra organizada por uma “horda de bárbaros”.

Programação

O evento “Mulheres com Dilma em Defesa da Democracia” estava programado para acontecer na última semana de junho, mas teve que ser adiado por problemas na agenda da presidente. As portas da Casa Portugal foram abertas às 16h, mas uma hora antes apoiadores de Dilma Rouseff já formavam uma fila que se estendia por alguns quarteirões.

A presidente só começou a discursar por volta das 19h – antes disso, passaram pelo palco lideranças de movimentos sociais e membros da classe artística. A cineasta Tata Amaral e a MC Luana Hansen prestaram apoio a presidente afastada e criticaram a postura do governo em relação ao Ministério da Cultura – que foi extinto e recriado em menos de um mês de gestão Temer.