Eleições 2018

'Eu não tenho apego ao poder', diz Marina Silva

Folhapress | 22/09/18 - 10h00

 A candidata à Presidência pela Rede, Marina Silva, disse novamente que fará um "governo de transição", assim como o ex-presidente Itamar Franco (MDB), e que o país precisa de uma reforma política com o estabelecimento de dois mandatos consecutivos para deputados e senadores.
Em entrevista na madrugada deste sábado (22) ao Jornal da Globo, a presidenciável disse que deseja discutir com o Congresso a reforma política. Segundo a presidenciável, tem pessoas que ficam na Casa como se aquilo fosse profissão e não há renovação.

Mariana enfatizou que os governos a anteriores deixaram o Brasil no fundo do poço porque se perpetuaram no poder com o projeto de ficar 20 anos, como PT e PSDB. A candidata falou que pretende recuperar a credibilidade do país e ficar apenas quatro anos no governo porque encara a política como um serviço.
"Eu não tenho apego ao poder, eu aprendi com um dos grande homens da nossa história, Nelson Mandela, que teve apenas um mandato e ajudou a África a encontrar o seu caminho", falou.
A candidata falou que a Previdência tem um déficit grande e por isso a necessidade da reforma, mas não informou qual será a idade mínima para a aposentadoria. " Estamos debatendo com especialistas e representantes dos trabalhadores para estabelecer  a diferença entre homem e mulher", explicou.

Segundo Marina, o presidente Michel Temer não conseguiu aprovar a Reforma da Previdência porque atropelou o processo. " Hoje tem uma cultura que se você diz que está aberto ao debate, está cometendo um sacrilégio".
Para Marina, está sendo cultivado hoje uma cultura de país democrático que tem desprezo pelo processo. "Os bons resultados que consegui [ministra] como aprovação do serviço florestal, transposição do rio São Francisco só consegui porque tinha um bom processo", explicou. 

Na área econômica, a presidenciável disse que pretende fazer a taxação progressiva dos dividendos e reduzir a taxação sobre empresas para que possam reinvestir o lucro. Ela também falou que pretende gerar 2 milhões de empregos com a criação da energia limpa e renovável para se consolidar. " Tem momentos que você tem que ajudar para que a dinâmica econômica se estabeleça", explica.
A candidata também ressaltou que um dos pontos importantes do seu programa é recuperar a credibilidade do governo para conseguir investimento interno e externo. "Não vamos conseguir nenhuma mágica, não existe mágica", falou.