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Ex-Botafogo e São Paulo curte aposentadoria e vira cantor de pagode em SP

Alexandre Araujo/Folhapress | 18/09/24 - 11h07
Reprodução/Redes sociais

Maicosuel se tornou vocalista de um grupo de pagode. Meia-atacante com passagens por Botafogo e São Paulo —adversários nas quartas de final da Libertadores—, ele curte a aposentadoria dos gramados com um projeto que o levou para cima dos palcos.

"Maico", nome artístico que adotou, é o rosto e uma das vozes do "Pagode d Milhões", que faz apresentações em Cosmópolis, cidade onde ele nasceu, e região. O grupo, inclusive, tem um evento chamado "Resenha do Mago", apelido que Maicosuel ganhou nos tempos em que defendeu o Alvinegro.

"É uma coisa que eu gosto muito, me faz bem estar ali perto da rapaziada. É uma coisa que liberta minha alma. Gosto de estar com meus amigos, cantando as músicas que gosto de ouvir. O pessoal sempre vem junto, todo mundo participa bem, pede música, canta junto", disse, em participação no Na Resenha PodCast.

Nesta quarta-feira (18) com 38 anos, ele está longe do futebol desde 2019, quando atuou pelo Paraná. A contar da saída do Atlético-MG, em 2017, conviveu com lesões e dificuldades em ter uma boa sequência de jogos.

Em 2021, o agora pagodeiro bateu um papo com o UOL e disse que ainda aguardava uma nova oportunidade para voltar a jogar. "Estou treinando sozinho na academia. Corro na esteira e faço os 'treinozinhos' que fazia nos clubes. Não me aposentei, mas também não estou procurando clube. Estou esperando aparecer alguma coisa. Estou tranquilo, mas se aparecer alguma coisa que agrade, vamos lá", disse, à época.

Maicosuel não voltou aos gramados, mas nunca chegou a anunciar oficialmente a aposentadoria. Após deixar o Paraná, retornou para Cosmópolis. A reunião de sexta-feira com os amigos, regada a muito pagode, ganhou novas proporções, e a "resenha" ficou mais profissional, por assim dizer. O grupo ganhou nome e começou a ser chamado para eventos na região, e o Mago pôde realizar um desejo que tinha desde os tempos de jogador. Afinal, dizia a pessoas próximas que, se não fosse a carreira com a bola nos pés, gostaria de estar na música.

"Os meninos vivem disso, são músicos, então, tem uma visão melhor. Eu faço porque me faz bem, e até agora ninguém jogou um tamanco na minha cabeça (risos), então, vou continuando. Nunca quis cair de paraquedas em um lugar que não me coubesse, eu sei meu lugar. Estou aqui com meus parceiros fazendo um som gostoso, cantando, fazendo o que me faz bem. E se ninguém veio reclamar, por que não continuar?", ressaltou Maicosuel ao podcast.

No currículo, além dos clubes já citados, Maicosuel tem ainda Cruzeiro, Palmeiras, Hoffenheim (Alemanha), Udinese (Itália), Al Sharjah (Emirados Árabes Unidos) e Grêmio.

MAICOSUEL PELO BOTAFOGO

Maicosuel teve duas passagens pelo Botafogo —em 2009 e entre 2010 e 2012— e caiu nas graças da torcida, que o apelidou de Mago. O Glorioso foi um clube onde criou grande identificação.

O Alvinegro representou uma virada de chave na carreira do jogador, que teve boas atuações e ganhou destaque após um período na reserva do Palmeiras. No clube, conquistou a Taça Guanabara de 2009, ano em que foi artilheiro do Carioca e eleito o craque do campeonato, e a Taça Rio de 2012.

MAICOSUEL PELO SÃO PAULO

A passagem do então meia-atacante pelo São Paulo não correspondeu às expectativas. Ele chegou ao Tricolor em 2017, a pedido do técnico Rogério Ceni e indicação do argentino Lucas Pratto, e assinou contrato de três anos.

Maicosuel, porém, atuou em apenas uma partida com o treinador antes de se lesionar. Durante a recuperação, Ceni foi demitido e Dorival Júnior foi contratado para a vaga. Ele não teve sequência e marcou apenas um gol. O último jogo pelo clube foi em janeiro de 2018, pelo Paulista. Depois disso, foi emprestado ao Grêmio e ao Paraná.