Desde o ano 2000, o ex-catador de materiais recicláveis Damião Vicente da Silva, de 47 anos, tinha o sonho de abrir um posto de combustíveis na cidade de Curral Velho, na Paraíba, onde não havia nenhum estabelecimento do ramo.
Ele economizou o pouco que ganhava durante 18 anos, mesmo tendo que sustentar a família, e este ano conseguiu abrir o posto construído pelas próprias mãos, com ajuda dos filhos.
Damião viajava para cidades vizinhas, como Diamante, Boa Ventura e Itaporanga para comprar botijões de gasolina. Em Curral Velho ele vendia o combustível em garrafas descartáveis de dois litros, para ganhar dinheiro.
Em 2009, ele conseguiu comprar o terreno onde o posto foi construído. Desde então, comprava o material de construção aos poucos e erguia o estabelecimento conforme podia. “Eu comprava areia, cimento e tijolos e colocava as mãos na obra com os meus filhos. Eu que fui o pedreiro, eletricista e tudo que precisava ser”, explicou, em entrevista ao G1 da Paraíba.
Mas foi com o dinheiro que conseguiu trabalhando como catador que ele construiu família e criou os três filhos ao lado da esposa, Alcileide Sabino Vicente, de 40 anos. A filha do meio, Darkeline Vicente sabino da Silva de 20 anos, está prestes a se formar no curso de Serviço Social. Os outros filhos, Darkileudo Vicente Sabino de 22 anos e Darcileudo Vicente Sabino de 18 anos, conciliam a rotina escolar do ensino médio com as tarefas do novo negócio da família.
Para a realização do sonho, o ex-catador contou com uma ajudinha especial, que ele atribuiu às orações. Ganhou prêmios em duas rifas: um carro e uma moto, que vendeu para investir na construção.
Inauguração
No dia 3 de novembro, cerca de 500 pessoas participaram da inauguração do posto “Alta Maria”, nome dado em homenagem à mãe dele, que morreu há 4 anos. Autoridades e parte da população da cidade quiseram testemunhar o momento de glória de Damião.
A emoção também tomou conta de Damião durante o momento da inauguração do posto. “Fiquei muito feliz, muito emocionado. Me senti um homem consagrado. Sinto que o sofrimento para conseguir o pão de cada dia da minha família diminuiu. Quem trabalha, Deus ajuda”, finalizou.
