Polícia

Família de jovem morto em abordagem policial diz que vítima não teria reagido

Redação TNH1 | 05/02/19 - 16h01
Arquivo Pessoal

Familiares de José Alison de Almeida Lira, morto em novembro de 2018 após uma abordagem policial, procuraram o Portal TNH1 para contar uma nova versão dos fatos.

Segundo a esposa, Aline Barbosa de Lima,a vítima não teria reagido à abordagem dos militares, como afirmou a polícia na época da morte. O motivo da ação policial seria uma denúncia de que a vítima estava conduzindo uma moto de forma imprudente, fazendo manobras arriscadas, mas que Alison não teria reagido durante a ação policial.

Segundo ela, um rapaz estava com a moto do esposo e teria levado a polícia até à vítima. “Ele chegou ao bar em frente de casa, tinham sete homens bebendo. Aí teve um menino no bar que pediu a moto dele, ele saiu com a moto na primeira vez e voltou. Aí depois ele pediu a moto de novo e foi quando o policial voltou com esse rapaz para o bar.”, contou a esposa da vítima.

“Eles perguntaram de quem era a moto vermelha, que já estava apreendida, e o José respondeu que era dele. Ele não sabia do que se tratava. O policial tirou as pessoas do bar, colocou ele contra a parede e saiu revistando um por um. Eles mandaram o José ficar ajoelhado, virado para a parede”, explicou Aline.

A esposa ainda diz que o marido teria sido revistado de maneira bruta. “Quando chegou na revista dele, os policiais chegaram logo batendo nele e falando que era ele que estava na moto. Eles deram tapas e murros no rosto dele. Quando ele estava no chão e não aguentava mais de tanto apanhar, o policial chegou com a arma e atirou na cabeça dele”, disse.

Quanto ao rapaz que levou a polícia até o bar, a família relatou que ele foi liberado pelas autoridades. “O 'menino' foi solto lá mesmo. Só foi levado para mostrar quem era o dono da moto, onde era a casa do José e onde ele estava.”, afirma.

Na reportagem, publicada pelo TNH1 no dia 13 de novembro do ano passado,o comandante do 6º Batalhão da Polícia Militar, major Palmeira, a guarnição teria sido acionada após receber uma denúncia de que um homem, estaria conduzindo uma moto de forma imprudente. A guarnição encontrou o homem num bar, no Conjunto Cícero Cavalcante, onde ele teria reagido à abordagem da polícia.

“Ele estava subindo calçadas, raças e 'empinando' a moto. Os militares foram ao local e acabaram encontrando ele num bar onde havia mais seis ou sete pessoas. No momento em que começaram as revistas o homem reagiu a abordagem da polícia e foi baleado. Os policiais levaram ele para o hospital da cidade onde ele veio a óbito cerca de 40 minutos após dar entrada”, explicou o comandante à reportagem. Leia aqui a reportagem na íntegra. 

O advogado da família, Ednaldo Antonio da Silva, reclama que a polícia não estaria dando a devida atenção ao caso e informou que na próxima semana haverá um procedimento administrativo na corregedoria para tentar pedir o afastamento dos três policiais envolvidos. O TNH1 ainda não conseguiu contato com a Corregedoria da Polícia Militar de Alagoas para saber se há algum procedimento a ser instaurado envolvendo os policiais, ficando aberto o espaço para eventual posicionamento.

O TNH1 entrou em contato com o delegado Valdir Silva de Carvalho, da 8ª Delegacia Regional de Polícia de Matriz do Camaragibe (8ª DRP) para comentar as declarações da esposa de Alison. Ele informou que algumas pessoas que estavam no bar no dia da morte já foram ouvidas, as evitou detalhes. “Não posso dar detalhes, mas ouvimos um pessoal, e aguardamos a esposa para ouvi-la também. Ele teria sido morto com um tiro, mas somente após o laudo que vamos confirmar”, disse  Carvalho.