“A família está sofrendo muito com a ausência dela, que foi tirada de nós de maneira brusca e estúpida em razão da irresponsabilidade de uma pessoa que conduziu o veículo mesmo sem ter a prerrogativa de conduzi-lo”. A fala é de Marcos Vinícius dos Santos, o irmão de Isabel Cristina dos Santos - a mulher morta no acidente na Avenida Jorge Montenegro Barros, no bairro da Santa Amélia, em Maceió. O familiar cobra justiça e alega que o veículo que ocasionou o acidente estava à serviço do estado de Alagoas.
O caso aconteceu no último dia 28 de maio. A mulher, que tinha 59 anos, dirigia em direção a um condomínio em seu Honda Fit, de cor cinza, quando foi atingida por um Volkswagen Voyage, que estava em alta velocidade. Isabel e o motorista do outro veículo foram socorridos. A mulher, no entanto, não sobreviveu.
Em entrevista ao repórter Leandro Santiago, da TV Pajuçara, o irmão da vítima, que é advogado e chegou ao local onde o fato aconteceu poucos minutos depois do acidente, disse que o Voyage pertence a uma locadora com um contrato em vigência com a Secretaria de Segurança Pública de Alagoas.
“O veículo era de locadora e estava a serviço do estado. Então, sabemos que, se está à serviço, quem só poderia utilizar seria somente agentes públicos. Então, nós queremos saber quem foi a pessoa que cedeu o veículo para o cidadão para ele estar circulando de ‘placa fria’ e em extrema velocidade. A minha irmã morreu justamente pelo excesso de velocidade dele, porque se ele tivesse respeitado a velocidade permitida nas vias urbanas, isso não teria acontecido.” (Marcos Vinícius, irmão da vítima)
Acidente envolveu um Honda Fit e um Volkswagen Voyage | Crédito: Reprodução / Vídeo |
Em nota, a Secretaria de Estado da Segurança Pública lamentou a morte de Isabel, mas informou que, no momento do acidente, o carro não estava à serviço da SSP, tampouco era dirigido por um servidor da Segurança Pública. Leia abaixo.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública lamenta a morte de uma mulher após uma colisão no dia 28 de maio, no bairro da Santa Amélia. O veículo envolvido no acidente pertence à locadora Costa Dourada Veículos LTDA, que presta serviços ao Governo do Estado. No momento do acidente, o veículo não estava à serviço, nem era dirigido por um servidor civil ou militar da Segurança Pública.
Irregularidades no dia do acidente e no boletim - Não foi só o fato do carro supostamente pertencer à SSP que irritou os familiares de Isabel. Ainda de acordo com Marcos Vinícius, o carro deveria ser levado para a delegacia logo após o acidente.
“Quando tem um acidente desse, com um carro com a placa fria, a priori, um carro desse deveria ser levado para a delegacia para apurar as circunstâncias de ele estar na situação. E isso não foi feito, até hoje eu não sei para onde foi esse veículo, que deveria ter sido periciado. Geralmente, quando a pessoa bate em alta velocidade, o velocímetro trava. A velocidade foi tão grande que jogou o carro da minha irmã a uns 100 metros e colidiu com outros veículos, saiu rodando. Sem falar que a colisão foi do lado do passageiro e causou aquele estrago todo nela. Quem estivesse do lado dela, usando um termo popular, não sobraria nem a alma.” (Marcos Vinícius)
Marcos ainda falou que foi à delegacia para sugerir alterações no boletim inicial do acidente após ter encontrado supostas irregularidades no boletim de ocorrência..Segundo ele, o fato eestava tipificado como “acidente” e ele cobrou para que fosse alterado para “homicídio”.
“Quando eu vi o boletim inicial, eu vi que tinha algumas irregularidades. Na tipificação, estava como "crime a esclarecer". No relatório, apenas “acidente”. Acidente pode ser doméstico, e aí poderia ser arquivado por não ter elementos que desencadeassem uma investigação”, disse Marcos Vinícius.
“Agora, o que a gente cobra é justiça”. (Marcos Vinícius)
