Brasil

Ferry boat será afundado para incentivar turismo de mergulho na Bahia

10/04/19 - 10h26
Foto: Antonio Saturnino

O ferry boat Agenor Gordilho será afundado próximo à região do Corredor da Vitória. A decisão partiu da Secretaria Estadual de Turismo (Setur) que visa incentivar o turismo náutico, de mergulho e subaquático.  

Para que o ferry-boat seja naufragado, todas as peças e materiais que apresentem riscos a mergulhadores ou ao meio ambiente estão sendo retirados da embarcação. Antes do afundamento, o barco será vistoriado por equipes da Marinha e de órgãos ambientais. As datas para vistoria e naufrágio ainda não foram marcadas.

O ferry-boat Agenor Gordilho realizou a travessia Salvador-Itaparica durante 45 anos, levando, em cada viagem, até 600 passageiros e 90 veículos. A embarcação estava parada desde o final de 2017 e custava R$ 10 mil mensais ao estado. A decisão foi de que ele não seria reformado para voltar a realizar as travessias. 

Segundo informações da Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba), responsável pela fiscalização do serviço, a vida útil de embarcações como a Agenor Gordilho gira em torno de 30 anos. Portanto, diante da idade do barco e do custo benefício de uma recuperação, a reforma não era indicada.

O advogado Zilan Costa e Silva, especialista em Direito Marítimo e mergulhador, afirmou que essa medida é realizada em diversos destinos do país e fomenta o mergulho. De acordo com ele, o naufrágio cria um recife artificial e cria vida marinha no local, mas deve ser realizado dentro da lei.

O advogado ainda ressaltou que esse será o primeiro naufrágio artificial do estado, que possui outros 148 naturais, ao todo. "A Bahia recebeu diversos naufrágios ao longo da história de navios que vinham para cá na época em que éramos o porto central do Brasil no Comércio", disse.