Justiça

Foragido desde 2017, Baixinho Boiadeiro comparece a júri em Maceió

Deborah Freire | 04/02/19 - 10h30
Baixinho (com a mão no queixo), ao lado do irmão, Pretinho | Assessoria TJ

José Anselmo e José Márcio Cavalcanti de Melo, os irmãos Boiadeiro, e outras três pessoas são julgados nesta segunda-feira (04) no Tribunal do Júri, em Maceió, por um duplo homicídio praticado em 2006, na cidade de Batalha, Sertão de Alagoas.

José Márcio Cavalcanti de Melo, o Baixinho Boiadeiro, que estava foragido da Justiça desde novembro de 2017 pela tentativa de homicídio contra o fazendeiro José Emílio Dantas, compareceu ao júri e deve dar depoimento como réu. Ele ainda é acusado do homicídio do vereador Tony Pretinho, assassinado a tiros, na porta de casa, no município de Batalha, no dia 15 de dezembro de 2017.

O juiz do caso John Silas solicitou o reforço na segurança do local.

A tentativa de homicídio de 2017 foi praticada horas depois do assassinato do pai de Baixinho, o vereador Adelmo Rodrigues de Melo, mais conhecido como Neguinho Boiadeiro. Ele teria tentado vingar o crime e, por isso, invadiu a casa de José Emílio Dantas por achar que o fazendeiro teria ordenado a morte do pai. Pela mesma motivação, vingança pela morte do pai, ele teria praticado o homicídio contra Tony Pretinho, de acordo com as investigações.

O delegado que investiga o caso, João Marcelo, disse que Baixinho será preso depois que deixar o salão do Tribunal do Júri, no Fórum do Barro Duro, na Capital. A comissão de delegados do caso (foto acima) já chegou ao Fórum do Barro Duro, onde ocorre a sessão.

Julgamento

O crime pelo qual os irmãos Boiadeiro são julgados nesta segunda foi praticado na noite de 27 de maio de 2006, em uma praça da cidade de Batalha. Os acusados, José Anselmo e José Márcio Cavalcanti de Melo; Emanuel Messias de Melo Araújo, o Manuel Boiadeiro; Thiago Ferreira dos Santos, o Pé de Ferro, e José Marcos Silvino dos Santos, o Tigrão, bebiam com as vítimas em bares diferentes da mesma praça.

De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual, quando as vítimas saíam do bar houve uma desavença envolvendo duas mulheres que acompanhavam os acusados. Os Boiadeiro e os demais réus teriam se aproximado do veículo onde as vítimas entraram, uma S-10, e atiraram.

Samuel Thelman Omar Bezerra Cavalcante Júnior e Edivaldo Joaquim de Matos morreram e Theobaldo Cavalcante Lins, que estava no veículo, sobreviveu.

O MPE, por meio do promotor de justiça Antônio Luís Vilas Boas Sousa, da 48ª Promotoria de Justiça da Capital, sustenta a acusação de homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e sem chance de defesa das vítimas.