Maceió

GGI dos Bairros e Defesa Civil apontam encaminhamentos para moradores de Bebedouro que realizaram protesto pela manhã

Moradores haviam bloqueado trecho da Ladeira Professor Benedito Silva para cobrar posição sobre Rua Marques de Abrantes e região do Flexal.

Secom Maceió | 29/04/21 - 19h08

O GGI dos Bairros e a Defesa Civil de Maceió apontaram uma série de encaminhamentos para as reivindicações de moradores de Bebedouro que cobram a inclusão da região do Flexal e da Rua Marques de Abrantes no mapa de criticidade para que os moradores possam se inscrever no programa de realocação.  

Na reunião, o coordenador da Defesa Civil de Maceió, Abelardo Nobre, fez uma apresentação onde mostrou parte de estudos de monitoramento dos bairros afetados. Ele explicou que a região é monitorada por equipamentos de DGPS (Differential Global Positioning System), interferometria e por satélites e que esses equipamentos não apontam que os problemas dessa região têm ligação com o afundamento.

 “O que nós identificamos é uma série de construções irregulares, muito deles teriam escavado a base da barreira, causando os problemas de desestruturação de alguns imóveis e causando perigo a outros imóveis da região”, afirmou Abelardo.

“Nos casos do Flexal, identificamos uma grande influência do Riacho do Silva, que passa perto da Estação do VLT. Esse riacho sofre a influência da maré. Por ser ligado a Lagoa de Mundaú e ter muitas baronesas, uma espécie de planta que aparece nessas condições ela propicia que quando a maré está alta a água penetre no solo da região o que pode ocasionar danos as construções do local”, continuou o coordenador da Defesa Civil.

Para o coordenador do GGI dos Bairros, Ronnie Mota, pela explicação da Defesa Civil não é possível, neste momento, se falar da inclusão dessas regiões em Mapas de Criticidade pelo menos pela questão da subsidência. “Essa não é uma alternativa viável para agora, mas temos que considerar que há um risco social para essa parcela da população, uma vez que unidades do município e do estado estão sendo realocados pelo afundamento do solo, o que têm deixado esses moradores com dificuldade para ter acesso a prestação desses serviços”, defende Mota.

Os moradores apresentaram uma série de reivindicações que gerou uma lista de encaminhamentos a para serem realizados pela Defesa Civil; são eles: 

•    As ações do setor Social da Defesa Civil de Maceió na região do Flexal deverá ser retomada assim que o decreto de distanciamento social pela Covid-19 regredir da fase vermeha, o que vai possibilitar os técnicos a realizarem visitas as famílias do local;
•    A regressão do decreto de distanciamento também é exigida para que o setor Social da Defesa Civil atue junto aos moradores da Rua Marques de Abrantes. O coordenador ressaltou ainda que nesse ponto há o agravante das chuvas que podem causar nossos deslizamentos;
•    Sobre o IPTU ficou destacado que já ha uma lei de isenção que foi renovada, assim como o , assim como o decreto de calamidade para os bairros afetados. Tanto os imóveis na área de monitoramento quanto os de realocação estão beneficiados com a isenção do imposto. A partir do momento em que o morador for realocado e indenizado a Braskem assume o pagamento do imposto;
•    A Defesa Civil irá encaminhar uma solicitação o GGI dos Bairros para que ele possa solicitar a Braskem uma posição sobre os animais abandonados na região para que se possa identificar onde é o abrigo que cuidará desses animais; e
•    A limpeza e ordenação dos Cemitério Santo Antônio, que fica numa área de realocação em Bebedouro, começou hoje. Essa limpeza contará com uma equipe formada por técnicos da Sudes e da Braskem. Uma nova reunião será marcada para tratar da realocação do equipamento.

O Protesto

No começo da manhã os moradores de Bebedouro realizaram um protesto que bloqueou parcialmente um trecho da Ladeira Professor Benedito Silva. Após a negociação do coordenador do Gabinete de Gestão Integrada para a Adoção de Medidas de Enfrentamento aos Impactos do Afundamento dos Bairros (GGI dos Bairros), Ronnie Mota, e do coordenador geral da Defesa Civil de Maceió, Abelardo Nobre, o protesto foi encerrado.

Maurício Sarmento, um dos líderes comunitários do Flexal que participou da reunião, defendeu a inclusão dessas áreas nos mapas de criticidade, mesmo que eles não tenham sido atingidos pelos problemas do afundamento. “O dano não é só patrimonial, é social também. Nós queremos ter acesso a isso, e não é cabível ter uma região afetada socialmente e ela não ser incluída por ter um acesso pela chã da Jaqueira”, pontuou exemplificando a Marques de Abrantes.