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Gusttavo Lima recebeu mais de R$ 28 milhões de empresas investigadas

UOL | 24/09/24 - 11h54
Reprodução/Instagram

Gusttavo Lima recebeu mais de R$ 28,1 milhões de empresas investigadas pela operação Integration, segundo a Polícia Civil de Pernambuco. O cantor teve o nome incluído no sistema de procurados dos aeroportos brasileiros após o Tribunal de Justiça do estado decretar a prisão do sertanejo.

Splash teve acesso a detalhes do pedido e mostra quais as transações que motivaram a decisão da juíza Andréa Calado da Cruz. A reportagem analisou os valores recebidos entre os anos de 2023 e 2024 e desconsiderou o dinheiro encontrado em cofres das empresas.

A Balada Eventos e a GSA Empreendimentos, empresas de propriedade do artista, são suspeitas de receber e ocultar valores de casas de apostas online. Procurada, a defesa do músico afirma que o pedido de prisão é "contrária aos fatos já esclarecidos e que não serão medidos esforços para combater judicialmente uma decisão injusta e sem fundamentos legais".

Balada Eventos e Produções

A empresa é acusada de ocultar a propriedade de um avião apreendido em meio à operação Integration, no dia 4 de setembro, no interior de São Paulo. Uma série de transações milionárias foram realizadas no período, somando R$ 22.232.235,53.

Os valores foram recebidos da J.M.J Participações Ltda (Vai de Bet), que tem como sócio proprietário José André da Rocha — empresário que estava foragido, mas foi beneficiado com habeas corpus concedido na segunda-feira (23).

A Balada Eventos é suspeita de lavagem de dinheiro no âmbito da mesma operação que prendeu a influenciadora digital Deolane Bezerra, de acordo com documento consultado pela reportagem. A aeronave ainda está em nome da empresa, mas "em processo de transferência" para a JMJ Participações, segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

A defesa de Gusttavo Lima nega irregularidade. Ao Fantástico (Globo), os advogados do famoso afirmaram que o avião apreendido foi vendido, seguindo "todas as normas legais e isso está sendo devidamente provado para a autoridade policial e o poder judiciário".

GSA Empreendimentos e Participações

A empresa recebeu R$ 5.950.000,00 de duas empresas investigadas pela Polícia Civil. As transações representam 31,77% de toda a movimentação declarada pela GSA à Receita Federal em 2023.

Do total, R$ 5.750.000,00 foram pagos pela Zelu Brasil Facilitadora de Pagamento e R$ 200.000,00 pela Pix 365 Soluções Tecnológicas. De acordo com o TJ-PE, do montante, R$ 1.350.000,00 foi transferido da GSA à conta pessoa física de Gusttavo Lima.

Sua intensa relação financeira com esses indivíduos, que inclui movimentações suspeitas, levanta sérias questões sobre sua própria participação em atividades criminosas. A conexão de sua empresa com a rede de lavagem de dinheiro sugere um comprometimento que não pode ser ignorado.Juíza Andréa Calado da Cruz,do TJ-PE

As empresas Zelu Brasil Facilitadora de Pagamentos e PIX 365 Soluções Tecnológicas são acusadas de lavagem de dinheiro por meio de suposta participação em um esquema de jogos ilegais. Segundo a Polícia Civil, a PIX é a casa de apostas esportivas Vai de Bet. Já a Zelu Brasil atuaria como intermediadora de pagamento tanto da "Vai de Bet" como da "esportes sorte".

Sertanejo comprou 25% da Vai de Bet

Músico comprou 25% da Vai de Bet, segundo decisão judicial que decretou a prisão. O sertanejo adquiriu 25% da empresa de apostas em 1º de julho deste ano.

No entanto, há cerca de duas semanas, a assessoria do sertanejo disse que ele apenas fazia propaganda para a empresa. "Gusttavo Lima apenas mantém contrato de uso de imagem em prol da marca Vai de Bet", dizia trecho da nota enviado ao Fantástico (Globo).

Justiça pede prisão do cantor

A juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal da Capital de Pernambuco, decretou a prisão preventiva de Gusttavo Lima por suspeita de lavagem de dinheiro. A decisão se baseia em indícios de que o artista teria movimentado valores milionários, provenientes de empresas investigadas por ligação com jogos de azar.

A magistrada também demonstra preocupação com a relação próxima de Nivaldo com outros investigados. A juíza ressalta uma viagem realizada em julho de 2024, na qual o músico e um casal de investigados voaram juntos para a Grécia, levantando suspeitas sobre uma possível ajuda na evasão da justiça.

A decisão enfatiza que a riqueza e a fama não devem servir como escudo para a impunidade, e que a justiça deve ser aplicada de forma igualitária, independentemente da posição social ou econômica do indivíduo.