Um homem foi preso durante operação desencadeada pela Secretaria de Segurança Pública, na manhã desta sexta-feira, 7, em Ipioca, no Litoral Norte de Maceió. Uma arma de fogo, dezenas de munições, balaclava e fardas semelhantes às da Polícia Civil de Alagoas foram encontradas com o suspeito.
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A operação, realizada com apoio da 2º Companhia da Polícia Militar, Batalhão de Polícia de Trânsito e Batalhão de Polícia Rodoviária, mirou quatro alvos de mandado de busca e apreensão em Ipioca, Paripueira (2) e Barra de Santo Antônio.
"Em Ipioca foram apreendidos uma pistola 380, mais de 100 munições, colete balístico, cinco uniformes da Polícia Civil, balaclava, 325 gramas de cocaína e outros materiais. Ele era o braço direito de um traficante da região que foi preso no ano passado. Era bastante atuante aqui em Maceió, faccionado, estava aprontando em diversas regiões da capital, como Clima Bom, Cidade Universitária, Jacintinho. Bem atuante no crime organizado", informou o capitão Silva, da 2º Cia da PM.
O delegado Sidney Tenório disse ao Fique Alerta que esse tipo de material tem sido utilizado por membros de facções criminosas para a prática de execuções.
"Ele possivelmente é o sucessor na linha operacional do tráfico, de um traficante bastante conhecido na região, inclusive, de um grupo que mata muito. São várias execuções na região do Litoral Norte, especialmente em Ipioca e Saúde. Inclusive, um caso que nós investigamos, do caso Sinézio, que é um ex-servidor da SSP. Chamou a atenção esses fardamentos. Sabemos que o Comando Vermelho, facção a qual eles pertencem, tem alguns casos de registros em que eles usaram fardamentos policiais em abordagens para execuções. Por exemplo, investigamos um caso em Satuba, onde fardados de policiais civis, eles invadiram uma residência e sequestraram dois homens que até hoje não apareceram, possivelmente executados. É provável que eles usassem esse material para praticar execuções".
Tenório afirmou que não descarta que os fardamentos também possam ter sido usados para criminosos realizarem assaltos. "Mas como sabemos que a investigação principal era envolvimento deles em facções criminosas, é provável que seja para isso (execuções). Vamos investigar a partir de agora, da prisão dele. Será interrogado para dizer o porquê estava com esse fardamento, bem como faremos a perícia na arma de fogo, porque ela pode ter sido usada em homicídios naquela região".
O delegado quer saber também se alguma gráfica da região está ajudando os criminosos a confeccionar fardamento das autoridades policiais. Ele lembrou que isso é crime.
"Infelizmente, sabemos que nosso brasão é amplamente divulgado. Pode ser que eles tenham feito em alguma gráfica. É importante a gente saber, pois fazer fardamento militar, como da Polícia Civil, é contravenção penal. Queremos saber onde eles fizeram".
Em outubro do ano passado, bandidos se passaram por falsos policiais militares em uma tentativa de assalto à joalheria na Praça Centenário, no bairro do Farol, em Maceió. A ação foi frustrada por militares da Rotam. O delegado respondeu que apenas a investigação pode apontar ou não algum vínculo entre aquele fardamento falso e o material apreendido nesta sexta-feira, 7.
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