O Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA/AL) encaminhou para a administração do Porto de Maceió um manifesto técnico que pede e saída imediata de uma embarcação que está atracada no local. A medida foi tomada como uma ação profilática para evitar danos aos recifes da costa alagoana por uma possível contaminação do chamado coral-sol (Tubastreae).
Segundo o coordenador de Gerenciamento Costeiro do órgão, Ricardo César, a embarcação atracou no dia 16 de setembro. Foram realizados dois mergulhos, um no dia 21 e o outro no dia 29 de setembro, por biólogos do Instituto e um professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Carlos Sampaio.
A equipe coletou amostras para verificar se havia a bioincrustação de espécies do coral-sol. Isso porque, “a embarcação estava atracada junto às plataformas de exploração de gás em Sergipe onde todas estão incrustadas em seus cascos com essas espécies. Nos mergulhos, foi possível verificar a presença de diversos organismos marinhos, mas não o coral-sol”, comenta Ricardo César.
Entretanto, o coordenador alerta que é muito alto o risco de haver pólipos e isso é uma ameaça direta para a biodiversidade da costa alagoana, devido à quantidade de recifes e a agressividade com que o coral-sol se multiplica.
O documento foi encaminhado à administração do Porto de Maceió na última sexta-feira, dia 05 de outubro, que repassou para a Capitânia dos Portos. A equipe do IMA/AL aguarda o posicionamento e as providências necessárias.
O TNH1 entrou em contato com a Capitania dos Portos, e aguarda um posicionamento.
Coral-sol
O coral do gênero Tubastraea é um organismo invasor, oportunista cuja facilidade de reprodução e consequente dificuldade de erradicação e controle, causa dano ambiental praticamente irreversível, segundo argumentos de uma Ação Civil Pública do Ministério Público de abril de 2016.
O coral-sol geralmente chega ao litoral nas crostas dos navios, se reproduz com muita rapidez, e deteriora a biodiversidade marinha existente.