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Índia começa a exportar vacinas amanhã, mas não para o Brasil, diz agência

Uol | 19/01/21 - 11h52
Divulgação

A Índia começará a exportar vacinas contra a covid-19 amanhã, disseram fontes do governo à agência Reuters. Os destinos das doses serão o Butão e Bangladesh, e não o Brasil.

As autoridades que revelaram a informação pediram anonimato à agência pois um anúncio formal ainda será feito pelo governo indiano.

A Índia recebeu pedidos de dezenas de países, incluindo apelos urgentes do Brasil, para iniciar as exportações da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceira com a farmacêutica Astrazeneca. As doses são produzidas pelo Instituto Serum, maior produtor mundial de vacinas.

O primeiro lote de exportações será enviado para o Butão amanhã, mas a quantidade de doses não foi informada. Na quinta-feira (21), dois milhões de doses serão despachadas para Bangladesh.

O Ministério das Relações Exteriores de Bangladesh confirmou os planos, afirmando que um voo especial da Índia desembarcará em Dhaka na quinta-feira. "Bangladesh receberá 2 milhões de doses da vacina contra Covid-19 Oxford-AstraZeneca da Índia como uma doação em 21 de janeiro", disse em comunicado.

Sem data confirmada para o Brasil

Ontem, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que o governo brasileiro não recebeu até o momento uma "resposta positiva" a respeito de quando será enviada da Índia a remessa de dois milhões de doses da vacina desenvolvida pela AstraZeneca, mas que isso pode ocorrer nos próximos dias desta semana.

Na semana passada, a negativa do governo da Índia em liberar as vacinas frustrou os planos da pasta, que contava com os imunizantes para o início da campanha de vacinação no Brasil.

Um avião da Azul deveria buscar as doses e era esperado para retornar ao País até domingo. Contudo, a aeronave que iria ao país asiático buscar o produto nem chegou a decolar.

Fontes diplomáticas em Brasília confirmam à coluna de Jamil Chade, no UOL, que, por enquanto, não existe uma data confirmada para que a Índia possa fornecer os imunizantes ao Brasil. Uma parcela do governo de Nova Déli defende que vizinhos asiáticos sejam atendidos antes que qualquer outro país do mundo.

No Instituto Serum, uma das previsões é de que o abastecimento ao Brasil poderia ocorrer apenas no início de fevereiro.

Enquanto o Brasil ainda aguarda as doses da vacina vindas do país asiático, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) recebeu ontem o embaixador indiano no Brasil, Suresh K. Reddy, para uma reunião no Palácio do Planalto.

Com o atraso, o Ministério da Saúde teve de recorrer à CoronaVac para que os estados pudessem iniciar a vacinação. As duas vacinas — da AstraZeneca e a CoronaVac — foram autorizadas no domingo pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para uso emergencial.