O tio dos irmãos mortos durante abordagem policial no último dia 25 de março, no Village Campestre, Cláudio Silva, disse à reportagem do TNH1 que documentos da Escola Geraldo Melo, onde os sobrinhos estudavam, comprovaria que os irmãos Josenildo e Josivaldo Ferreira "tinham idade mental de 7 e 10 anos".
Além do relatório emitido pela escola, Cláudio Silva tinha em mãos outros documentos, onde se comprova que os sobrinhos não tinham antecedentes criminais e eram assistidos pela Associação Pestalozzi, por apresentarem deficiência mental.
“Queremos somente a verdade, que os culpados sejam punidos doa a quem doer, chore quem chorar, que venham pagar pelo crime que cometeram. Nós temos aqui todos os documentos sobre a convivência e a conduta dos meninos na escola. Minha irmã ficava como voluntária na escola e nunca deixava esses meninos irem para canto nenhum sozinhos”, disse Cláudio.
No documento, a escola afirma que “ambos tinham comportamento extremamente dócil, sem qualquer menção de alteração de humor ou comportamento que suscitasse a hipótese de que poderiam reagir de maneira descortês ou muito menos agressiva”.
Além disso, o relatório destaca que Josenildo e Josivaldo “eram muito queridos, tanto pelo corpo docente e gestores quanto pelo corpo discente da escola, que os tratavam com assaz acolhimento e respeito às limitações e aos esforços apresentados pelos alunos para superação das dificuldades de aprendizagem decorrente da deficiência apresentada” em ambos.
Cláudio Silva e outros familiares de vítimas mortas por policiais no estado foram convidados pelo diretor-presidente do Detran de Alagoas e presidente do Conselho de Segurança do Estado (Conseg), Antônio Carlos Gouveia, para uma reunião extraordinária com representantes da segurança pública no Palácio do Governo. A reunião do Conseg acabou não acontecendo por falta de quórum e foi transferida para a próxima segunda (18).
“A gente veio aqui, junto ao Conselho de Segurança cobrar mais. Que esse esclarecimento venha, porque o povo não está aguentando mais. Começam a dizer que meu sobrinho estava com arma? Que andavam armados? Não aceito e não admito. Na família da gente tem pedreiro, tem servente, cortador de cana, agora bandido não”, desabafou Cláudio.