Polícia

Jogador esfaqueado no Pilar vai passar por nova cirurgia: "Não consigo andar direito"

João Victor Souza | 16/08/22 - 14h40
Cabelinho atuou pelo FF Sport Nova Cruz na Segundona do Campeonato Alagoano | Divulgação

João Guilherme Clemente da Silva, o "Cabelinho", jogador de futebol esfaqueado por um dirigente de um time alagoano, vai ser submetido a um novo procedimento cirúrgico um mês e meio depois de ser ferido. Ao TNH1, nesta terça-feira, 16, o atleta disse que está internado há nove dias em um hospital de João Pessoa, capital da Paraíba, cidade onde mora com a família. Ele também contou que ainda sente dores por causa das facadas e tem dificuldade para andar.

"Já estou no hospital pra fazer a cirurgia. Só esperando a data pra fazer. Acho que devo fazer nessa quarta agora, mas ainda aguardo a confirmação do médico. Vou ter que passar por ela devido aos ferimentos da faca. Ai vai ser uma cirurgia por fora e outra por dentro, porque criou um hematoma, um abscesso nas costas. Aí tem que tirar. Minha coluna está torta e não consigo andar direito", disse Cabelinho.

Veja vídeo:

O jogador que atuou pelo FF Sport Nova Cruz, na segunda divisão do Campeonato Alagoano de 2022, também destacou para a reportagem que não sabe quando vai poder voltar a realizar atividade física. Após receber alta do HGE, em Maceió, no início do mês de julho, o lateral disse que foi informado pela equipe médica que o atendeu de que o prazo para o retorno aos gramados seria de aproximadamente seis meses.

"Ainda não sei quanto tempo vou ficar fora, mas provavelmente por mais tempo, porque essa cirurgia vai ser um pouco maior. Então vai demorar muito pra volta treinar. Desde que cheguei em casa foi só dor. Só vou ficar bom depois dessa cirurgia", afirmou ao explicar também que usa uma bengala para se movimentar. 

O caso - João Guilherme Clemente da Silva foi esfaqueado pelo gerente de futebol do FF Sport Nova Cruz, da segunda divisão do Campeonato Alagoano, depois de uma briga iniciada pela ida do atleta a uma festa de São Pedro na cidade de Pilar, no dia 29 de junho deste ano. A Polícia Militar foi acionada por volta das 9h da manhã do dia seguinte e confirmou que o suspeito, identificado como Anderson, fugiu depois do ataque.

Segundo relato da testemunha, um grupo de jogadores saiu para aproveitar o último dia de festividades juninas na cidade. No momento em que eles estavam no alojamento do clube, no Centro de Pilar, e se preparavam para sair para treinar, houve o desentendimento do dirigente com João Guilherme.

"Falaram que a gente tinha discutido, mas na verdade ele chegou e mandou eu descer do ônibus, só que ele deu um tapa nos meus peitos e falou que eu não iria treinar. Eu desci do ônibus e a gente foi para a parte da frente. Aí eu falei 'então vamos acertar nosso acordo, porque você fez acordo com um homem, não com uma criança, pague meu salário'. Aí ele correu do nada para cozinha e eu estava de costas. O roupeiro viu e falou 'Corre, cabelinho'. Aí eu corri, mas caí em seguida. Foi na hora que ele me deu os golpes de faca", relatou o jogador à época.

"Se ele tinha problema comigo, eu não sei, mas eu nunca tive problema com ele. Agora ele me barrou do treino. Se tinham ido seis [jogadores] para a festa, por que ele não barrou? Foi só comigo. E sobre o acordo, eles tinham pago a metade de um mês e estava faltando o resto. E fora o outro mês que tinha entrado, e é um campeonato curto", continuou ao destacar que o dirigente teria ficado furioso com a cobrança.

Anderson se entregou à Polícia Civil aproximadamente 15 dias depois da tentativa de homicídio. "Ele informou que naquela manhã barrou o cabelinho na entrada do ônibus do clube e avisou que ao atleta estava desvinculado da equipe. Segundo o relato do empresário, Cabelinho teria falado que não era menino e que o caso não ficaria assim, posteriormente jogando um copo de café no empresário. A partir disso, o empresário confirmou que foi na cozinha, se armou e correu atrás do atleta, que caiu e foi esfaqueado pelo empresário", relatou o delegado Ronílson Medeiros, responsável, pelo inquérito.

Foi descoberto também que Anderson estava com um mandado de prisão em aberto, do estado de Pernambuco, por crime de roubo. O dirigente, portanto, ficou preso por causa dos dois mandados contra ele. O advogado de Anderson, Cledson Calazans, reforçou a versão de que o dirigente só praticou a agressão após ter sido atingido com café quente.