Polícia

Dirigente que esfaqueou jogador de futebol no Pilar se entrega à Polícia Civil

TNH1 com TV Pajuçara | 14/07/22 - 12h30
Anderson Salgueiro é suspeito de esfaquear o jogador de futebol João Guilherme | Reprodução/Redes Sociais

Anderson Salgueiro, o dirigente que esfaqueou o jogador de futebol João Guilherme Clemente da Silva no município de Pilar, se apresentou à Polícia Civil na manhã desta quinta-feira, 14, duas semanas depois do crime. A informação foi confirmada pelo delegado Ronílson Medeiros, responsável pelo inquérito, ao programa Fique Alerta, da TV Pajuçara/Record TV, no início desta tarde.

"Ele informou que naquela manhã barrou o cabelinho na entrada do ônibus do clube e avisou que ao atleta estava desvinculado da equipe. Segundo o relato do empresário, Cabelinho teria falado que não era menino e que o caso não ficaria assim, posteriormente jogando um copo de café no empresário. A partir disso, o empresário confirmou que foi na cozinha, se armou e correu atrás do atleta, que caiu e foi esfaqueado pelo empresário", relatou o delegado.

A vítima é atleta do FF Sport Nova Cruz e foi atingida com golpes de faca após uma briga com Anderson, que trabalhava como gerente de futebol do clube alagoano. A confusão teria sido iniciada por causa da ida do jogador a uma festa, o que não era permitido pelo clube. "Ele [Anderson] disse que ficou muito chateado com Cabelinho, porque foi ele quem trouxe o jogador para o time", contou o delegado. 

Vida Pregressa - Foi descoberto também que Anderson Salgueiro estava com um mandado de prisão em aberto, do estado de Pernambuco, por crime de roubo. O dirigente, portanto, deve ficar preso por causa dos dois mandados contra ele.  

O advogado de Anderson, Cledson Calazans, reforçou a versão de que o dirigente só praticou a agressão após ter sido atingido com café quente. "Desde o início, quando ele me procurou, ele demonstrou bastante arrependimento e explicou que agiu pelo momento. Ele também me disse que só agiu após ser agredido pelo atleta, que teria jogado um um copo de café quente na direção dele. Então, ele revidou a agressão. Após todo o fato acontecer, alguns atletas correram atrás do meu cliente e, ele com medo de ser agredido, passou algum tempo na casa de algumas pessoas em Maceió", disse o advogado.

Sobre o mandado de prisão em aberto expedido pela justiça de Pernambuco , o advogado disse que apenas tomou conhecimento do caso já na delegacia. "O meu cliente disse que, à época, o pai dele tinha sido surpreendido por policiais de Pernambuco que o acusaram de roubo. Ainda segundo o meu cliente, o pai dele teria contratado um advogado e achava que a situação já estava resolvida", contou o advogado, sem dar mais detalhes do caso.

João Guilherme recebeu alta médica do Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, seis dias após ser esfaqueado e já foi ouvido pelas autoridades. Ele disse ao TNH1 que vai repousar na casa da família e a previsão é de que fique fora dos gramados por cerca de seis meses, enquanto se recupera dos ferimentos na barriga, no pescoço e no braço. 

O caso - João Guilherme Clemente da Silva foi esfaqueado pelo gerente de futebol do FF Sport Nova Cruz, da segunda divisão do Campeonato Alagoano, depois de uma briga iniciada pela ida do atleta a uma festa de São Pedro na cidade de Pilar. A Polícia Militar foi acionada por volta das 9h da manhã do dia 30 de junho e confirmou que o suspeito fugiu depois do ataque.

Segundo relato da testemunha, um grupo de jogadores saiu para aproveitar o último dia de festividades juninas na cidade. No momento em que eles estavam no alojamento do clube, no Centro de Pilar, e se preparavam para sair para treinar, houve o desentendimento do dirigente com João Guilherme.

"Falaram que a gente tinha discutido, mas na verdade ele chegou e mandou eu descer do ônibus, só que ele deu um tapa nos meus peitos e falou que eu não iria treinar. Eu desci do ônibus e a gente foi para a parte da frente. Aí eu falei 'então vamos acertar nosso acordo, porque você fez acordo com um homem, não com uma criança, pague meu salário'. Aí ele correu do nada para cozinha e eu estava de costas. O roupeiro viu e falou 'Corre, cabelinho'. Aí eu corri, mas caí em seguida. Foi na hora que ele me deu os golpes de faca", relatou o jogador.

"Se ele tinha problema comigo, eu não sei, mas eu nunca tive problema com ele. Agora ele me barrou do treino. Se tinham ido seis [jogadores] para a festa, por que ele não barrou? Foi só comigo. E sobre o acordo, eles tinham pago a metade de um mês e estava faltando o resto. E fora o outro mês que tinha entrado, e é um campeonato curto", continuou ao destacar que o dirigente teria ficado furioso com a cobrança.