Polícia

Jovem agredida por militar diz que foi vítima de ato de covardia

Eberth Lins / Deborah Freire | 15/01/19 - 16h33
Y.A. prestou depoimento à polícia nesta terça | TNH1 / Eberth Lins

A jovem Y.A. de 18 anos que foi agredida pelo major André Dias, ex-subcomandante do 4º Batalhão da Polícia Militar, durante uma festa no dia 25 de dezembro do ano passado, prestou depoimento nesta terça (15) à delegada Cássia Mabel. Ela conversou com o TNH1 em seguida e disse ter sido vítima de um ato de covardia e de machismo.

O caso ocorreu em um condomínio de prédios no bairro da Serraria, durante o noivado da vítima. Ela e outras pessoas comemoravam na área comum do residencial, quando o militar chegou para reclamar do barulho e iniciou-se uma discussão.

A situação foi filmada por amigos da jovem, que flagraram o momento em que ela é agredida com um tapa no rosto pelo policial. O vídeo vazou na internet e levou ao afastamento do agressor da função e no indiciamento dele pela Delegacia da Mulher. Assista:

Em entrevista ao TNH1 no dia 10 deste mês, pouco depois de a denúncia vir à tona, André Dias afirmou que reagiu a uma agressão. “O vídeo fala por si. Ela me agrediu e eu só revidei”, disse o militar por telefone. “Não pegou direito porque ela tava levemente alcoolizada. Para toda ação, tem uma reação", justificou.

Y.A. nega e diz que apenas pediu respeito. “Ele já estava discutindo com os meninos, mas foi em mim, numa mulher, que ele bateu".

Ela também nega que o grupo de amigos estava fazendo barulho e afirma que não havia recebido qualquer reclamação ou advertência do condomínio. "Ele nem estava no condomínio e chegou com roupa de festa, aparentava estar bêbado, já apareceu do nada, gritando", revelou.

O namorado da vítima, Wallyson Santos, que mora no condomínio, disse hoje ao TNH1 que já conhecia o major e o comportamento dele. “Muita gente tem medo dele lá, mas ele frequentava a minha casa e nunca imaginei que pudesse agredir a minha noiva", disse.

O pai dela, Albert Luna, que também é militar, relatou que os excessos do major eram comuns no condomínio e disse que ele até usava viatura para intimidar os jovens.

A delegada do caso, Cássia Mabel, apura o fato como sendo injúria real, quando há agressão, mas não ficam marcas para configurar uma lesão corporal. O caso será levado ao Juizado de Pequenas Causas.